Um estudo do grupo de pesquisa Brookings Institution indica que nos Estados Unidos terão 300 mil nascimentos a menos em 2021 por conta da pandemia. Em entrevista para o jornal norte-americano The New York Times, dois pesquisadores envolvidos, Melissa S. Kearney e Phillip B. Levine, apontaram que o número significa uma redução de 8% em relação ao total de nascimentos no país em uma situação normal.
A pesquisa teve início em julho de 2020 e atualizada no final do ano, apresentando resultados diferentes do esperado, já que os casais passaram mais tempo juntos em casa. No ano passado, tivemos muitos anúncios de gravidez e a tendência era que o ano seguinte seguisse a mesma linha ou tivesse até mais nascimentos, o que não aconteceu.
O motivo mais apontado pelos estudos é a questão financeira, que ficou muito abalada nesse momento de pandemia. Muitas famílias tiveram seus salários reduzidos ou até mesmo perderam seus empregos, limitando a renda e o crescimento familiar. Outro ponto é o próprio vírus, que gera um certo medo de dar à luz atípica e de se contagiar em locais como o hospital. O trabalho de forma remota e o ensino à distância também influenciam na decisão, já que os pais estão sobrecarregados por terem de fazer tudo em casa. Além disso, como o isolamento social perdurou o ano inteiro de 2020, não houve muitas chances para novos casais serem formados.
O estudo foca mais em 2021, mas a redução pode afetar a sociedade por mais anos. A longo prazo, pode-se ter uma queda do número da população porque, enquanto algumas pessoas decidiram só atrasar a vinda do novo membro, outras famílias desistiram da ideia. Por outro lado, as crianças da Geração C, termo usado por jornalistas para denominar os bebês nascidos no momento de pandemia, não terão de enfrentar tanta competição quanto as gerações anteriores, mas isso também significa uma População Economicamente Ativa menor no futuro.