A estudante de medicina da USP, Verena Paccola, descobriu recentemente, graças a um projeto da Nasa, 25 asteroides. Um dos corpos ela contou que pode chegar a colidir com a Terra. É o chamado asteroide fraco, que se movimenta na órbita de forma mais devagar. O tamanho dele e a possível data de colisão, no entanto, ainda estão em estudo nos Estados Unidos.
“Eu ainda não tive tempo de analisar qual dos 25 que é o asteroide fraco, que tem uma órbita diferente do resto. Mas quando eu analisar isso, vai dar para fazer sim o diâmetro, provavelmente, e ter uma ideia da órbita. É porque para definir essas coisas são várias observações no decorrer dos anos, de diferentes partes da Terra, para definir mais coisas dos asteroides”, disse ao G1.
A história da estudante é bem parecida com a do filme da Netflix, “Não olhe para cima” (2021), no entanto no longa os cientistas americanos tentam alertar as autoridades sobre os asteroides, no caso de Verena as autoridades já estão acompanhando a situação.

“As referências científicas no filme estão muito boas. Eles mostram o mesmo programa que eu usei para achar os asteroides. Falam do centro de Harvard e tudo mais”, comentou a estudante, que agora tem o sonho de conhecer a Nasa. Verena estudou para o vestibular em 2020 dentro de casa, na cidade de Indaiatuba, em São Paulo.
Porém queria uma atividade alternativa para distrair a cabeça, com toda a pressão que sofria dos vestibulares. Foi então que se inscreveu para um treinamento online da Nasa. “Me passaram o cadastro para o software de caçar asteroides. Eles começaram a me passar pacotes de imagens tiradas de um telescópio que fica no Havaí para eu analisar. Esse programa dá para achar vários corpos celestes, várias coisas no espaço, mas o que eu aprendi a detectar era asteroide mesmo. Tinha programação que eu fazia no software, jogava as imagens. Cada pacote de imagens era composto por quatro imagens tiradas em sequência lá do espaço”, explicou.

Nos relatórios dela, os números batiam com a margem do que poderiam ser asteroides. Depois, a Nasa confirmou que a estudante havia descoberto ao menos 25 corpos, sendo que um deles era considerado de grande importância para a agência espacial americana. A estudante também foi premiada em Brasília em dezembro de 2021. Ela recebeu um troféu do coordenador do programa ‘Caça Asteroides’, da Nasa, e do ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações.