Com o planeta enfrentando ondas de calor cada vez mais intensas e prolongadas, um novo estudo da NASA acende um alerta crucial sobre as possíveis consequências das mudanças climáticas. De acordo com a pesquisa, algumas regiões do mundo, incluindo partes do Brasil, estão à beira de se tornarem inabitáveis nas próximas cinco décadas devido ao aumento extremo das temperaturas e da umidade.
O estudo, conduzido por Colin Raymond do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, empregou avançadas tecnologias de monitoramento por satélite e projeções da temperatura de bulbo úmido, uma medida crucial que combina temperatura e umidade para avaliar o conforto térmico. Esse índice revela um cenário preocupante para o futuro do planeta.
Atualmente, o vermelho domina o mapa global das temperaturas, refletindo o aumento acentuado das temperaturas médias. Nos países do Hemisfério Norte, que estão no verão, as ondas de calor estão particularmente intensas, afetando estados dos EUA como Califórnia e Nova York. No Hemisfério Sul, mesmo durante o inverno, as cidades do Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil enfrentam temperaturas superiores a 35°C.
A questão central é: por que essas temperaturas estão aumentando tão drasticamente? As mudanças climáticas, impulsionadas pela contínua emissão de gases de efeito estufa, são a principal causa desse fenômeno. Cientistas alertam que, se a emissão desses gases não for controlada, o aumento global das temperaturas se intensificará, resultando em ondas de calor cada vez mais frequentes e severas.
Raymond e sua equipe analisaram as condições extremas de calor e umidade, publicando suas descobertas na revista Science Advances. A pesquisa demonstrou que a combinação de calor extremo e umidade alta pode criar condições insuportáveis para os seres humanos. Em termos técnicos, quando a temperatura de bulbo úmido atinge ou ultrapassa 35°C, a capacidade do corpo humano de se refrescar diminui drasticamente. Temperaturas superiores a 37°C combinadas com umidade acima de 70% podem causar sérios problemas de saúde, como hipertermia e até a morte, se a exposição for prolongada.
Historicamente, acreditava-se que alcançar essas condições extremas seria praticamente impossível. No entanto, o estudo revelou que desde 2005, algumas regiões do Golfo Pérsico e do Paquistão já têm registrado tais extremos. Se a tendência de aquecimento continuar, essas condições se tornarão mais comuns e abrangentes nas próximas décadas.
De acordo com as previsões, até 2070, várias regiões poderão enfrentar condições inabitáveis. No Sul da Ásia, onde residem bilhões de pessoas, a combinação de calor e umidade poderá atingir níveis críticos, tornando a vida insustentável. O Golfo Pérsico e a área do Mar Vermelho também estão em risco, com temperaturas que devem continuar a subir, potencialmente tornando a região inabitável.
No Brasil, o Centro-Oeste, Nordeste e partes do Norte e Sudeste enfrentam um futuro incerto. As mudanças climáticas e a degradação ambiental, incluindo o desmatamento e o uso excessivo dos recursos naturais, podem acelerar o aumento das temperaturas. As consequências desses impactos ambientais são alarmantes e demandam uma ação global urgente para mitigar as mudanças climáticas e proteger a habitabilidade das regiões afetadas.
O estudo da NASA oferece uma visão crucial sobre os desafios iminentes relacionados às mudanças climáticas. A proteção ambiental e a redução das emissões de gases de efeito estufa são fundamentais para evitar que essas previsões se concretizem e para garantir um futuro habitável para as próximas gerações.