Fala-se muito sobre como a idade da mãe ao engravidar pode interferir na saúde do bebê. Mas uma pesquisa publicada no The British Medical Journal concluiu que a idade do homem também afeta a saúde do futuro filho.
Os pesquisadores analisaram registros de saúde de todos os nascidos vivos nos EUA entre 2007 e 2016, totalizando mais de 40 milhões de crianças. Os dados mostraram que os filhos de pais com idade igual ou superior a 45 anos tiveram um risco 14% maior de parto prematuro, baixo peso ao nascer e necessidade de terapia intensiva neonatal.
Filhos de homens com mais de 45 anos também tiveram pontuação mais baixa no teste de Apgar, que avalia a frequência cardíaca, respiração e reflexos do recém-nascido. Além disso, os bebês têm 18% mais chances de sofrer convulsões e a mãe tem 34% mais chances de desenvolver diabetes gestacional. O resultado foi baseado na comparação de filhos de pais com idades entre 25 e 34 anos — os dados sugerem que, quanto mais velho o pai, maiores os riscos.
O estudo também juntou pesquisas anteriores que atribuíram a maior idade paterna a problemas de saúde mental e comportamental em crianças, como autismo, transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e bipolar.
Para Michael Eisenberg, autor do estudo, os casais não devem ignorar a idade do pai no momento do planejamento a família. “Há riscos potenciais em esperar. Os homens não devem pensar que têm tempo ilimitado”. Por outro lado, ele ressalta que as diferenças são pequenas: a análise descobriu que filhos de homens com mais de 45 anos nasceram, em média, apenas um dia antes do que o necessário e pesavam 20 gramas a menos do que os bebês com pais mais novos.
Hilary Brown, epidemiologista perinatal da Universidade de Toronto, no Canadá, explicou que foi complicado separar os impactos das idades da mãe e do pai durante a pesquisa. Por isso, o dano do DNA no esperma de homens mais velhos é apenas uma das possíveis explicações para os futuros problemas. “Estudos mostraram que a idade paterna avançada está associada a comportamentos negativos de saúde, como tabagismo, consumo frequente de álcool, obesidade, doenças crônicas, doenças mentais e subfertilidade”, afirmou a especialista.
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