A história do casal australiano Nathan e Kate Stapleton tem emocionado muitas pessoas ao redor do mundo. Nathan é ex-jogador de rugby profissional, quebrou o pescoço e quase morreu. Ele conseguiu acordar, mas ficou tetraplégico. Tudo isso aconteceu quando sua esposa, estava grávida de sete meses do segundo filho dos dois, Angus. O hospital se esforçou para que ele pudesse estar presente na sala de parto, com todo o equipamento de que precisasse, para acompanhar a chegada do bebê, ao lado de Kate.

Nathan estava jogando sua primeira e única partida para o time Boorowa Goldies, em West Wyalong, quando sofreu uma grave lesão, em 9 de abril. “Era um jogo normal e típico, do qual eu estava realmente gostando; eu estava me divertindo. Eu estava jogando com o irmão de Kate, que é o que sempre quisemos fazer”, disse ele, segundo o canal 9 News. Mas no segundo tempo, Nathan quase morreu. “A última coisa de que me lembro do jogo foram as mãos do irmão de Kate na minha cabeça”.
“Foi quando eu soube de algo… que não era bom”, diz. O pescoço de Nathan estava quebrado e a medula espinhal foi atingida. “Fui declarado morto no local”. “Fiquei ‘morto’ por 16 minutos. É difícil pensar nisso porque todo mundo estava achando que o pior tinha acontecido, obviamente”, relata ele. Louise McCabe, uma enfermeira que estava de folga, estava no local e manteve Nathan vivo até a chegada da ambulância. “Se ela não estivesse lá, eu não estaria aqui para contar a história”, disse o jogador.

Quando Nathan teve a sedação retirada e percebeu o que tinha acontecido. “No início, pensei que era um pesadelo. Acordei e pensei: ‘Isso não está acontecendo’”. O homem estava lúcido e sua mente funcionava perfeitamente, mas ele, que era um atleta e trabalhava com o corpo a vida inteira, estava paralisado dos ombros para baixo. Os médicos disseram que ele não poderia andar novamente.
“É algo que ninguém quer ouvir, então, foi como se meu pior pesadelo tivesse virado realidade. Eu tive que fazer uma escolha. Eu poderia sentar aqui e sentir pena de mim mesmo e trazer todos para baixo comigo, ou engolir, aceitar o que aconteceu e focar nas coisas que eu poderia fazer”, declarou Nathan. E isso incluía estar presente no parto de seu segundo filho, que aconteceria algumas semanas depois.

A equipe de UTI que cuidava de Nathan, no Hospital Prince of Wales, em Sidney, junto com o time do Royal Hospital for Women, que fica ao lado, fizeram tudo o que podiam para que ele estivesse presente. “É sobre sua dignidade e toda a experiência deles como uma família”, disse a consultora de enfermagem clínica, Steph Rhodes. “Eu trabalho na UTI há cerca de 10 anos e nunca ouvi falar desse tipo de coisa acontecendo e, para ser honesta, não é realmente uma situação que surge com muita frequência, é uma situação bastante notável e muito rara”, afirmou ela.
Angus, o recém-nascido, foi colocado sobre o peito do pai por alguns instantes. “Estamos muito agradecidos e nos sentimos abençoados por podermos estar juntos no parto. É algo de que nunca esqueceremos. É difícil porque a única coisa que você quer fazer quando está tendo seu segundo filho é confortar sua esposa, fisicamente, segurar sua mão. Mas eu, simplesmente, não conseguia”, disse ele. “Por outro lado, eu pude testemunhar tudo e ainda pude abraçar meu próprio menino, e ainda pude beijar minha esposa e dizer a ela o quão incrível ela era. Foi agridoce”.

Apesar de todas as dificuldades, o casal mantém uma atitude positiva. “Não podemos mudar a lesão. É o que é. Ninguém quer estar onde estou sentado, mas, no fim das contas, há muito o que esperar. Tenho uma esposa linda, dois meninos lindos e sou abençoado por ainda poder estar lá para eles. Vai ser diferente e, espero que não me entendam mal, ainda há dias bons e ruins por vir – é uma montanha-russa, mas somos abençoados por ainda poder criar nossos meninos juntos”, finalizou. “Estou tão orgulhosa dele”, disse Kate. “Tem sido uma montanha-russa emocional para ser honesta. Mas, se eu tiver Nathan e sua personalidade, isso é tudo, tudo o que me importa, então, estamos bem”.