Em um acontecimento perturbador que abalou a comunidade da Vila Jaguara, na zona oeste de São Paulo, um jovem de 16 anos admitiu ter assassinado seus pais adotivos e sua irmã na última sexta-feira, dia 17 de maio. O adolescente, cuja identidade permanece protegida devido à sua menoridade, relatou à polícia que permaneceu no lar familiar ao lado dos corpos durante todo o fim de semana, declarando não se arrepender dos atos e que os repetiria se possível.
O estopim para essa sequência de eventos trágicos teria sido a decisão dos pais de confiscar o celular do jovem, agravando um histórico de discórdias familiares. Conforme relatado pelo menor às autoridades, insultos proferidos na véspera do crime, onde foi chamado de “vagabundo”, inflamaram sua decisão de executar o plano homicida que já vinha contemplando.

De acordo com o depoimento do adolescente, os assassinatos ocorreram em momentos distintos da sexta-feira. Primeiramente, seu pai e irmã foram mortos próximo ao meio-dia. Curiosamente, após o homicídio do pai, o jovem realizou uma refeição ao lado do corpo antes de prosseguir com suas atividades diárias, indo inclusive à academia. Sua mãe foi a última a ser assassinada, quando retornava do trabalho no início da noite.
Durante o final de semana subsequente aos assassinatos, o adolescente manteve uma rotina aparentemente normal em convivência com os corpos. Em um ato posterior de violência e demonstração de raiva contínua, ele desferiu uma facada nas costas da mãe já falecida por ainda estar contrariado pela privação de seu celular.

A arma utilizada nos crimes era uma pistola Taurus 9mm, propriedade do pai que trabalhava como guarda civil metropolitano em Jundiaí. Antes dos homicídios, o jovem realizou testes com a arma e aguardou estrategicamente o retorno do pai e da irmã para iniciar sua série letal de ações.
Após passar o fim de semana com os corpos em casa, na madrugada de segunda-feira (20/5), o adolescente contactou a Polícia Militar e entregou-se voluntariamente. Ele conduziu os oficiais até os corpos e confessou integralmente seus atos.
Encaminhado inicialmente para a delegacia do 87º Distrito Policial, foi posteriormente transferido para a Fundação Casa. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o caso está sendo tratado como ato infracional equivalente a homicídio – incluindo feminicídio -, posse ou porte ilegal de arma de fogo e vilipêndio a cadáver.