Na manhã do domingo, 29 de outubro, a modelo e influenciadora digital Fernanda Lacerda, de 35 anos de idade, que ficou conhecida por interpretar o papel de Mendigata no programa da Band, Pânico na TV, deu à luz seu primeiro filho, Gabriel.
Dentre os detalhes que revelou em seu perfil no Instagram, como com quantos quilos o bebê nasceu, quantos centímetros de dilatação chegou ao hospital, o trabalho de parto, a amamentação e os primeiros momentos de vida do filho, ela falou sobre a placenta.
Em seus Stories, Fernanda abriu uma enquete para votação, onde questionava se os seguidores sabiam os benefícios de comer a placenta. No vídeo, ela aparece ainda deitada na maca hospitalar, com touca e Gabriel deitada em seu peito.
“Mostra aqui, é um ‘pedacinho’ da placenta”, ela pede para a doula e consultora de amamentação que a acompanhou. Em seguida, ela pede para a profissional explicar os benefícios da ingestão. “Vamos repôr o ferro que você perdeu, para dar mais leite no pós parto”, explicou.
A mãe de primeira viagem, então, ingere o pedaço da placenta, e ao fundo alguém a orienta: “Pensa que é um pedaço de carne crua, pensa que é um sushi. Não tem gosto de sushi? Fala, do que tem gosto?”, ao que ela responde que “parece um ‘sushizinho'”.
Perguntam para Fernanda se ela não está com fome e ela afirma que sim. “Com a fome que eu ‘to’, eu comeria ela inteira”, disse rindo se referindo à placenta. Em seguida, ela diz que achou gostoso. “Uau, amei, parece um sashimi”, finaliza mostrando que na língua não resta mais nada.
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Sem tabu: comer a placenta depois do parto faz bem?
O ato de comer placenta bombou em 2016, quando a apresentadora Bela Gil e a socialite Kim Kardashian apareceram na mídia falando sobre o assunto. Nos Estados Unidos, uma empresa até comercializa a placenta em cápsulas. A prática, no entanto, é bem mais antiga.
Os animais fazem por instinto. Acredita-se que isso é para não deixar nenhum rastro do nascimento dos filhotes, com medo dos predadores. Já as mães humanas começaram a se interessar por essa prática pelos boatos de que ajuda a diminuir o sangramento no pós-parto, contribui para que o útero volte ao tamanho normal mais rapidamente, enriquece a produção de leite e previne a depressão pós-parto.
Resta saber se tudo isso é verdade mesmo e se a ingestão da placenta é mesmo indicada pelos médicos. O obstetra Alberto Guimarães, pai de Beatriz e João Victor, e precursor do programa Parto Sem Medo, não estimula comer a placenta porque não consegue achar benefícios para a mãe, nem acha que vai fazer a diferença no parto.
Guimarães também se preocupa com a questão da culpa. “Isso não pode ser mais um fardo ou desafio na busca da realização da maternidade. Temos que nos preocupar para que não seja colocado mais uma cobrança na vida da mãe”, explica.
O ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, pai de Giulia, concorda que as vantagens não são comprovadas. Uma pesquisa feita pela Faculdade de Medicina de Northwestern, em Chicago, analisou dez pesquisas sobre o tema, que foram publicadas na época de 2017, e também não encontrou evidências.
Mantelli alerta, no entanto, que se for a sua vontade é preciso cautela. “Antes de ingerir a placenta, é imprescindível conversar com o médico para que as providências necessárias, como higienização, armazenamento e, posteriormente, modo de preparo da placenta, sejam tomadas. Sem os cuidados adequados pode ocorrer contaminação e trazer riscos para a saúde da mulher”, aconselha.
