Na Argentina, Gabriel Cesar Bufe, 39 anos, ficou feliz ao saber que o filho, Farid, de 10 anos, nasceu com a característica da família — uma mecha branca no cabelo. O dançarino e cerca de metade da sua família nasceram com piebaldismo, uma condição genética que faz com que áreas da pele e do cabelo fiquem mais claras devido à falta de melanócitos para dar pigmento.
“Ver que meu filho tinha piebaldismo quando nasceu foi uma experiência muito emocionante. A mancha branca cobria cerca de um quinto de sua cabeça. Toda a família estava curiosa pra saber se o bebê teria a mancha ou não, o que era realmente excitante. Fiquei muito orgulhoso. Ele é meu segundo filho e o primeiro não tem”, disse ao Metro.
Não é apenas pai e filho que possuem essa característica na família, além dos dois o avó. sete de seus tios, quatro de seus primos e cinco filhos de seus primos, possuem piebaldismo. Gabriel conta que durante a infância, sofreu bullying na escola, mas aprendeu a amar a mecha incomum.
“Quando eu estava crescendo, não fez nenhuma diferença para mim porque era algo completamente normal na minha família. Claro que afetou minha vida, eu tive que me acostumar com as pessoas olhando para mim. Quando eu era criança, outros caras costumavam me dizer que eu era um gambá. As pessoas tendem a ser muito mais legais comigo agora e me dizem coisas como eu sou talentoso ou mesmo que sou um dos X-men. Quando eu caminho com meu filho, estranhos olham e sussurram sobre nosso cabelo preto e branco”, disse.
O pai conta que quando ele e Farid estão juntos, as pessoas costumam perguntar se eles tingiram o cabelo e eles logo abrem um sorriso. Gabriel também disse que o cabelo o ajudou a se destacar da multidão como dançarino, e acha que o visual único o beneficiou no momento de conseguir empregos na televisão no início da carreira, quando decidiu se tornar um ilusionista.
“Somos muito orgulhosos porque é como uma marca registrada de nossa família. Sempre digo ao meu filho que alguém que te encontra, nunca te esquece. Eu queria estar no palco e me tornei um mágico e ilusionista e fiz aparições em programas de TV. Meu piebaldismo realmente ajudou porque eu senti que era realmente original. Não precisei fazer mais nada para me destacar”, diz.
Agora, ele quer passar para o filho, o mesmo orgulho que tem pelo cabelo e promover uma aceitação mais ampla para pessoas com aparências não convencionais. “As pessoas nascem com todos os tipos de diferenças. Da cor da pele à cor do cabelo. Hoje é um ponto de diferença que eu e meu filho podemos usar com orgulho. Eu nunca pensaria em pintar meu cabelo, pois isso faz parte da minha identidade. Se eu tivesse a opção de curar minha condição, não o faria”, finalizou.