Se vacinar é um momento que muitos brasileiros se emocionam, pois se veem mais perto do fim desse pesadelo que passamos. Esse momento foi ainda mais especial para a estudante Bruna Santana Prates Gomes, de 15 anos, que homenageou os familiares que morreram devido a complicações da Covid-19. Ela levou um cartaz que levava o nome da mãe, da avó, bisavó e 3 tios, que morreram em um período de 3 meses.
“Fiz a homenagem para que as pessoas comecem a se conscientizar de que a vacina salva e que não tenham medo. Que vendo as mortes no cartaz tenham noção do que é o coronavírus“, desabafa em entrevista ao G1 nesta quarta-feira, 1 de setembro
Ela morava em São Felipe, no interior da Bahia, com a mãe. Mas tinha viajado para ficar com o pai no litoral de São Paulo, e ficou na cidade por conta da pandemia. No período que esteve em Santos, 6 familiares contraíram o vírus. Um tio dela foi o primeiro a se contaminar.
Ela acompanhava as notícias de longe e soube da morte do tio e da avó, de 67 anos, em março deste ano. A mãe dela, de 47 anos, foi infectada e ficou internada. “Minha mãe morreu 16 dias antes de eu completar 15 anos, uma data especial. Por conta da pandemia não teve festa, mas um dos meus maiores desejos quando ela estava no hospital era que ela pudesse sair da sedação antes do meu aniversário para eu conseguir ouvir ela me dar um parabéns. Foi difícil passar esse aniversário sem ela”, diz emocionada.
Bruna perdeu outros dois tios e a bisavó, que tinha sido imunizada. Ela explicou que a mãe preferia que ela ficasse em Santos pois a vacinação no local estava mais acelerada. Ela se emocionou ao receber a primeira dose nesta última terça-feira, 31 de agosto, no Complexo Esportivo Rebouças, e levou cada um dos familiares falecidos junto.
“Tomei tanto por mim quanto por eles, que não tiveram a chance de tomar essa vacina. Bateu uma emoção e sentimento enorme de gratidão por ter aguentado tudo isso e estar aqui hoje”, declarou Bruna. Ela reforçou a importância de todos se vacinarem. “Não adianta postar nas redes sociais que quer que tudo volte ao normal se na hora de tomar a vacina fica com medo e não quer. Isso foi um incentivo para as pessoas, principalmente adolescentes”, descreve.
O pai da adolescente, o operador de produção, Welithon Prates Gomes,d e 53 anos, também salientou o quão importante é as pessoas se conscientizarem sobre as vacinas. “As pessoas não acreditam nas pesquisas, na ciência e é muito doído quando acontece com alguém próximo da gente. Eu sei o que minha filha passou e está passando e não desejo para ninguém. É uma coisa que está acontecendo e se não se prevenir vai acabar chegando na gente”, diz o operador.
