Uma explosão aconteceu na região portuária de Beirute, no Líbano, nesta terça-feira, 4 de agosto. De acordo com o diretor geral da Segurança Geral Abbas Ibrahim, as violentas explosões podem estar ligadas a materiais explosivos confiscados e mantidos em um armazém por anos.
Em entrevista exclusiva para a Pais&Filhos, Bárbara Saleh, mãe de Kassem Saleh, de 11 anos, e Sueli Saleh, 7 anos, que mora a 40 minutos do local, contou detalhes de como foi o momento da explosão. “Estávamos visitando o meu sogro. Meu marido começou a receber muitas mensagens perguntando se estava tudo bem, corremos para a televisão e vimos a explosão. Saímos rapidamente de lá e fomos pra nossa casa, as crianças estavam lá. Moramos em cidades diferentes, mas com dez minutos de distância entre um lugar e o outro. No caminho, vimos ambulâncias e resgates indo em direção a Beirute. O céu estava todo vermelho”, disse.
A mãe, que cuida da loja virtual de brinquedos educativos no Brasil, Bazar das Arábias, ainda falou sobre o sentimento durante o acidente, pois ela não estava com os filhos no momento exato. “O sentimento era de medo, incerteza, e fé que tudo daria certo. Só queríamos ver nossos filhos em segurança”, afirmou.
Saleh, deu detalhes de como está o país após a explosão. “Os hospitais estão lotados, estão levando os feridos para fora de Beirute por que a cidade não comporta mais, cenário de guerra. Alguns diretores de hospitais estão dizendo que nem em época de guerra civil tiveram tantos feridos assim. Mais de 300 feridos em uma hora. Cirurgias estão sendo feitas nos corredores. Eles estão pedindo doação de sangue e que todos os enfermeiros e médicos se apresentem”, ressaltou.
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Ela ainda falou sobre a incerteza das medidas após a explosão. “Ainda não sabemos, foi tudo muito cedo. Estávamos começando a entrar em um segundo lockdown, por conta do corona, começaria quinta e duraria 5 dias, agora não sabemos mais”, finalizou.
A explosão
Uma explosão aconteceu na região portuária de Beirute, no Líbano. Imagens mostram uma grande coluna de fumaça avermelhada sobre a área. O governo libanês contabiliza ao menos 25 mortos após a explosão. Segundo o G1, o ministro da Saúde do Líbano, Hamad Hasan, disse que há cerca de 2,5 mil feridos. Inicialmente, o governo havia falado em 30 mortes e 3 mil feridos.
O chefe do escritório local da Cruz Vermelha citou 2,2 mil feridos, mas reconheceu que o número “deve ser ainda maior”. Ainda não é possível medir as exatos sobre a quantidade de feridos ou qual seria a causa da explosão. A explosão no porto causou destruição em larga escala e quebrou o vidro de janelas a quilômetros de distância. Alguns barcos que navegavam próximos à costa do Líbano chegaram a ser balançados pela força da explosão.
O chefe de segurança interna do Líbano, Abbas Ibrahim, disse em entrevista a uma rede de televisão que a explosão aconteceu em uma área que armazena materiais altamente explosivos, como o nitrato de amônio, mas que não são explosivos em si.
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