Desafio: você trabalha, depois busca as crianças nas atividades e não tem tempo para cozinhar. E todos estão famintos quando chegam em casa
Lembre-se que você só precisa aguentar por 15 a 20 minutos as reclamações nervosas. Enquanto coloca o macarrão na água fervendo, acalme as crianças com vegetais. Sally Kuzemchak, editora contribuinte da Parents, autora de e 101 Healthiest Foods for Kids segue a regra de “somente vegetais” antes do jantar. “As crianças podem pegar algo pronto ou outro vegetal que estou servindo, mas nenhum outro lanche”. Molly Janik Gulati, mãe de dois, faz o “concurso da mastigação”. Ela coloca vegetais crus em um prato e desafia os filhos a descobrir quem pode fazer o som mais alto enquanto mordem o alimento. Ou também podem decidir qual vegetal produz um som mais alto.
Outra forma de manter as crianças longe da cozinha é brincar de restaurante. Faça elas criarem o menu, escolhendo o nome do restaurante e cardápio. Para fazer do momento de cozinhar algo menos estressante, também é importante entender a sua própria rotina para decidir quando fazer algo simples, quando pedir e quando todos podem sentar à mesa como família, sugere Caroline Campion, mãe de dois e autora de e Dinner Plan. Prepare o máximo de refeições possíveis durante o fim de semana para deixar pronto para a semana. O jantar não precisa ser nada chique. É interessante ter algumas opções na mão caso necessário no dia a dia.
Desafio: você queria que seus filhos não fossem tão exigentes e comessem qualquer coisa que fizesse. Mas é mais fácil deixá-los comer comida de criança e se alimentar depois
Mantenha em mente o mantra: você está encarregado do que você serve e quando serve, e seu filho está encarregado de quando come e quanto come. Esse é o conceito de divisão de tarefas de Ellen Satur e é transformador para os pais. “O que acontece depois que coloca o alimento na mesa não é seu trabalho”, defende Sally Kuzemchak. Mudar a mentalidade no início será desafiador, porque você irá pensar que seu filho está morrendo de fome, mas tem que pensar a longo prazo e quais hábitos quer estabelecer.
“Quando você tira a pressão, seu filho pode não comer os cinco pedaços de frango que pediu que ele comesse, mas você estará dizendo que confia nele”, completa Kuzemchak. Ao invés de exigir algo, coma a sua comida e mencione como está deliciosa e, claro, não faça chantagens usando alimentos. A comida nunca deveria ser usada como recompensa ou punição. Também é importante evitar pensar se está servindo comida de criança ou comida de adulto – e servir apenas um prato por noite. Por isso, se você sabe que seu filho odeia uma comida, não sirva apenas ela na refeição, ofereça algo principal juntamente com isso ao lado. E de vez em quando está tudo bem comer cachorro quente ou macarrão com queijo.
Desafio: ou você ou o seu parceiro – ou ambos – chegam em casa tarde do trabalho e as crianças têm fome mais cedo
“Você não precisa de todo mundo junto em todas as refeições para valer a pena”, diz Anne Fishel, diretora e cofundadora do e Family Dinner Project, uma iniciativa que oferece às famílias os recursos necessários para que possam se juntar à mesa. “Tudo o que você precisa é um adulto e uma criança para chamar de jantar em família, e não há nada de errado em fazer um banquete móvel em que se senta à mesa duas vezes”. Meredith Shanley, mãe de dois, se senta à mesa com os filhos enquanto eles comem, e depois quando o marido chega em casa, eles voltam à mesa e as crianças comem alguma fruta enquanto o pai janta.
Já Meg Cevey reserva um prato para o marido quando ele trabalha até tarde e não consegue chegar a tempo das crianças terem fome. Caroline Campion indica incluir refeições espaçadas no repertório da família. Refeições que são servidas na temperatura ambiente ou podem ser aquecidas novamente são ótimas opções também. “Mesmo um jantar por semana é melhor que nenhum”, afirma a Dra. Fishel, coautora de Eat, Laugh, Talk: e Family Dinner Playbook.
E a melhor notícia: todas as pesquisas apontam que o café da manhã também conta. “De várias maneiras, o café é melhor que o jantar, porque pode acontecer quando as crianças estão descansadas, o oposto da noite quando chegam à mesa à beira de um colapso mental”, complementa Dan Pashman, pai de dois, e dono do podcast e Sporkful. Muito mais do que o horário da refeição, a intenção é criar um momento de diversão e conversa.
Desafio: você não é um bom cozinheiro e acaba pedindo comida ou cozinhando as mesmas coisas o tempo todo
Você está com sorte: as crianças se beneficiam da rotina. Fazer noites temáticas pode ser um bom jeito para simplificar. “Diga macarrão toda segunda, tacos na terça, e sempre tenha uma noite para limpar a geladeira em que todos podem escolher opções diferentes”, comenta Sally Kuzemchak. Se servir os mesmos pratos parecer repetitivo, deixe o padrão de lado e inove com o que tem em casa. Ao invés de um taco pronto, você pode colocar os ingredientes de recheio na mesa e fazer um jantar interativo (e bonito).
Outra ideia é cozinhar batata e permitir que as crianças coloquem recheio na mesa, manteiga, queijo, bacon, tomates… “Não pense neles como o mesmo prato que estava comendo antes – pense neles como ingredientes que podem ser combinados de novas formas para preparar pratos diferentes”, explica Dan Pashman. O bife do dia anterior, por exemplo, pode ser cortado em fatias para complementar uma salada – as possibilidades são infinitas e nem é necessário perder tempo com isso. Felizmente, os benefícios do jantar em família são exatamente os mesmos independentemente de você passar 4 horas cozinhando ou resolver em 1o minutos.
Desafio: seu bebê faz uma bagunça gigante. Seu filho em idade escolar continua a derrubar o garfo e pedir mais água. Você mal consegue se sentar por 1 minuto
Primeiro, saiba que você não está fadado a comer às 17h em uma tigela para o resto da vida adulta. Como todos os desafios da parentalidade, esse estágio vai passar. Por isso, aguente firme. Durante esse tempo, continue a plantar a semente para o futuro. “Estudos mostram que é bom para os pais de crianças pequenas desenvolverem a prática do jantar em família desde cedo”, pontua a Dra. Fishel. “É um compromisso com a sua família que se torna parte da sua identidade”.
Para tornar esse tempo mais agradável quando as crianças são mais novas, é possível trazer para a mesa tudo que é necessário, como guardanapos extras e bebidas para refil, ou coma próximo
de onde esses objetos estão. Em relação às comidas no chão, tente colocar algum material plástico. “Pode ser uma sacola de lixo ou uma folha – você não precisa comprar um produto especial”, acrescenta Jenna Helwig, autora de Baby-Led Feeding.
Comer com os filhos também permite que eles vejam que você gosta de uma variedade de alimentos. “As crianças estão mais abertas a experimentar novas coisas antes dos 3 anos”, revela a Dra. Fishel. Esse momento em família também faz bem para o cérebro. De acordo com uma pesquisa de Harvard, as conversas durante as refeições em família incluem palavras raras que as crianças não são expostas em livros. E um maior vocabulário ajuda no aprendizado da leitura.
Desafio: as crianças levantam da cadeira depois de 10 minutos e querem trazer eletrônicos para mesa, mas você está determinada a ter uma conversa, na verdade. Como tornar o jantar mais envolvente e divertido?
“Ao invés de insistir em uma quantidade de tempo arbitrária, é melhor ter bons 5 a 10 minutos com pouco conflito e partir daí”, indica a Dra. Fishel. Isso vale principalmente para os mais novos, com poder de concentração menor. Para os mais velhos, uma dica é engajá-los nas atividades gastando um pouco de energia. Por exemplo, pedir que tragam os guardanapos para a mesa. Fazer os filhos serem parte interessada nos jantares em família ajuda eles a quererem estar na mesa.
Você pode criar jogos e tradições, como fazer perguntas do tipo “se pudesse ser invisível por uma semana, o que faria?”. E lembre-se que você também faz parte disso e deve se envolver. Os pais são os exemplos dos filhos, então as suas atitudes podem encorajar ou não as crianças a valorizarem o jantar em família. Deixe o celular de lado nesse período. Depois, questione o seu filho sobre o que podem fazer ao invés de ficar nos aparelhos eletrônicos para que ele se sinta participando da decisão.
“O objetivo é a conexão familiar, e enquanto a tecnologia geralmente parece uma inimiga, também pode ser um recurso”, coloca Julie Kientz, diretora do Laboratório de Computing for Healthy Living and Learning na Universidade de Washington. Talvez deixar a TV ligada como som de fundo, ou noite de filme e pizza na sexta-feira, algo que seja especial durante a rotina.
Desafio: você está amamentando e precisa seguir uma dieta especial, seu marido está preparando uma coisa e seu filho só quer macarrão. De novo. Não é o objetivo do jantar em família compartilhar o mesmo prato?
Junte a família e decida cinco pratos que todos irão comer, independentemente das restrições. Eles podem não ser seus favoritos, mas ao menos você terá opções. É comum ficar exausto em preparar diferentes refeições e, além da mensagem que passa para as crianças, é realmente muito cansativo para quem cozinha. Por isso, uma opção é preparar pratos que são facilmente desconstruídos. Por exemplo, sirva o macarrão em uma tigela, a salsicha na outra, salada em outra e vegetais em outra. “Todos estão comendo a mesma coisa, mesmo que não sejam exatamente os mesmos ingredientes”, justi ca Jenna Helwig.
Você também pode fazer trocas de acordo com as necessidades. Mas se as restrições dos adultos foram impostas por eles mesmos, não faça um grande show por não comer tais alimentos. “Apenas pule os carboidratos em silêncio – você quer que seu filho pense que todas as comidas estão boas, que não há comida ruim e que aproveite a refeição”, complementa Helwing. Mas você também pode se permitir uma pausa em algumas ocasiões e cozinhar um tipo de alimento para cada pessoa.
É claro que não existe jantar sem comida, mas os principais benefícios surgem depois de trazer a comida para a mesa, diz a Dra. Fishel. “Quando as crianças têm a oportunidade de conversar e ter um momento bom, para confiar nos pais e se sentirem aceitas – este é o ingrediente secreto do jantar”.
4 atividades para jogar à mesa
- Duas verdades e uma mentira: todo mundo conta três coisas sobre si – sendo duas verdades e uma inventada – e o resto das pessoas na mesa adivinha qual é a mentira.
- Você prefere?: a cada rodada alguém faz perguntas como “você prefere falar todas as línguas ou tocar todos os instrumentos?”, “ser um coelho ou um cavalo?”, “ser o melhor jogador em um time perdedor ou o pior jogador em um time vencedor?”.
- 20 perguntas – edição da família: uma pessoa pensa em uma memória em família e todos fazem perguntas para adivinhar: “Foi no feriado?, “foi durante uma refeição?”, “foi divertido?”, “as crianças estavam envolvidas?”.
- Adivinhe qual emoção: uma pessoa sai da mesa por um minuto e o restante da família escolhe uma emoção (tristeza, alegria, nervosismo). Quando ela voltar, a família come e age de acordo com o sentimento escolhido, e a pessoa precisa adivinhar qual é.
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