O ator José Dumont é indiciado também em outro inquérito, no qual é acusado de pedofilia. O caso teria acontecido em 2009, na cidade de Cabedelo, Paraíba, onde ele tinha um apartamento em um condomínio na Praia do Poço. Nesta quinta-feira, 15 de setembro, ele foi preso em flagrante pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por armazenamento de pornografia infantil e estupro de vulnerável.

A investigação começou naquele ano, mas o inquérito só teve início em 2013 e segue aberto até hoje. Pelo menos duas testemunhas, que eram vizinhas de José no prédio, relatam os supostos abusos cometidos por ele contra as crianças. As autoridades policiais e judiciárias não conseguiram ouvir ele até hoje nesse caso. Ao longo desses anos, foram várias as tentativas de colher o depoimento do ator por carta precatória, tanto na TV Record, em São Paulo, como nos estúdios do Projac, da TV Globo, no Rio de Janeiro. Nesse período, ele fez novelas nas duas emissoras.
O Blog do Noblat teve acesso ao inquérito. As testemunhas, duas mulheres, contam em seus depoimentos que viram aproximação sexual do ator com crianças e adolescentes que não moravam nesse condomínio, mas numa comunidade próxima. A primeira denúncia contra o ator foi motivada por um e-mail enviado por uma dessas testemunhas, em outubro de 2009.

“Moro na Praia do Poço, condomínio Porto da Pedra. Aqui mora uma pessoa que está abusando de crianças e adolescentes, entre 8 e 14 anos. Ele dá muito dinheiro e presentes aos meninos. Compra muito chocolate, sorvetes e tudo que criança gosta de guloseimas. O apartamento dele fica cheio. O pior é que ele vive com esses meninos, os abraça. No secreto, é claro. O nome desse safado delinquente é José Dumont, o ator”, diz ela no e-mail.
Ouvida em março de 2013, essa testemunha confirmou que o ator abusava das crianças, “praticando sexo anal com um menor do sexo masculino”. A vizinha dessa testemunha também presenciou a prática sexual, ocorrida em outubro de 2009, e confirmou que ele atraía as crianças oferecendo chocolates, sorvete e dinheiro. “Era tanta gente que parecia uma festa.”

Apartamento vendido
Desconfiando que estava sendo investigado, de acordo com as testemunhas, José vendeu o imóvel na época. Ele tinha comprado o apartamento entre 2005 e 2006. Essa segunda testemunha disse que o conhecia, o cumprimentava, mas sem diálogos. Contou que o apartamento do homem vivia cheio de crianças e adolescentes, à tarde e à noite.
Ela relatou que viu quando um dos meninos abaixou a bermuda e foi abraçado por ele, que tirou dinheiro do bolso e deu ao garoto. O apartamento dele era no térreo, e o dela, no terceiro andar. A mulher relatou que viu outra cena, na qual o ator passava as mãos nas “partes íntimas” de crianças e adolescentes, que estavam vestidos. Ela alertou as mães do condomínio para não deixarem seus filhos se aproximarem de José. E contou ainda ter ouvido dos próprios meninos sobre a prática de sexo oral do ator com um dos adolescentes. Um vigilante do condomínio, que seria próximo do ator, contou em depoimento, não ter visto nada de “anormal” no apartamento dele, “que era um ambiente festivo por se tratar de um ator de TV”.










