Aos 32 anos, a canadense Nesh Pillay viveu uma situação muito inesperada. Enquanto assistia um filme, ela tirou uma soneca mas ao acordar tinha perdido toda a memória dos últimos 15 anos que viveu, inclusive não lembrava da própria filha: “Chamei minha filha de ‘a criança’, o que imagino ter sido uma experiência chocante para ela.”, contou ao jornal britânico Mirror.
No momento em que acordou se sentiu confusa e só lembrava do que viveu na adolescência, o que fez com que ela acreditasse que ainda tinha 17 anos de idade. A situação aconteceu em outubro de 2022.
Por causa da perda de memória, Nesh foi levada ao hospital para entenderem o que estava acontecendo, ela que já tinha sofrido algumas lesões cerebrais, imaginou ter batido a cabeça antes de dormir e ao acordar não se lembrava. Depois de se consultar com um neurologista, foi confirmado que ela sofreu uma concussão que desencadeou convulsões, isso levou à perda de memória de Nesh, o caso foi diagnosticado como lesão cerebral traumática.
Nesh viveu uma situação muito parecida com o filme ‘Como se fosse a primeira vez’, já que ela também esqueceu do namorado, Johannes Jakope, e ele teve que ‘ajudar’ ela a se apaixonar por ele de novo mais de 50 vezes: “Tantas pessoas se referiram à nossa história como 50 primeiros encontros ou Para Sempre e vejo as semelhanças – afinal, eu me apaixonei por ele pela segunda vez e provavelmente o farei pelo resto da minha vida”, explicou ela ao portal Mirror.
Depois de ter o diagnóstico revelado pelo médico, ela passou a se recuperar com o passar dos dias da ‘amnésia’ e foi relembrando dos momentos que viveu durante os anos esquecidos e se lembrou da filha e do namorado: “Como se sabe tão pouco sobre concussões, as opções de tratamento são limitadas. Estou tomando remédios que ajudam com minhas dores de cabeça e problemas de sono, mas, além disso, durmo o máximo que posso. Na maior parte dos últimos meses, cortei coisas como cafeína e álcool, mas estou reintroduzindo-os lentamente.”, explicou Nesh.
Ela também contou sobre mudanças necessárias na rotina: “Eu também parei de dirigir, mas espero começar de novo em breve. Meu médico disse que minha atividade cerebral se acalmou, então é seguro fazê-lo. Quando meus sintomas como dores de cabeça, vômitos e tremores corporais começam a surgir, eu paro. Cesso a todos os estímulos, coloco fones de ouvido com cancelamento de ruído e pulo na cama. Espero que isso ajude a aumentar minha tolerância – aconteceu com minha última concussão.”
Nesh contou que chegou a viver situações como achar que o motorista de aplicativo era o namorado e ele ter que lembrar ela novamente de quem ele era: “Não importa o que aconteça, eu sempre soube que ele era um espaço seguro. Ele ainda era a pessoa que eu escolheria para ir às consultas médicas comigo ou me ajudar no banho. Então, naturalmente, mesmo em meu estado cerebral, eu queria me casar com ele”, contou ela.
A parte mais frustrante para Nesh, foi esquecer que era mãe e não lembrar de tudo que viveu com a filha de seis anos: “Eu esqueci que tinha uma filha, mas sabia que constantemente sentia medo do bem-estar de uma criança pequena.”, explicou ela.
A canadense revelou que já tinha sofrido concussões antes: “Eu tive quatro ou mais concussões desde então, cada uma mais séria do que a anterior, e cada uma instigada por uma pancada na cabeça cada vez menor. Infelizmente, o cérebro permanece um enigma para a ciência médica. As concussões raramente aparecem em qualquer imagem e, embora conheçamos seus sintomas, não podemos prever seus resultados.”, explicou ela ao portal britânico.
“Embora minhas concussões tenham sido diagnosticadas, raramente houve um plano de tratamento linear além de abordar sintomas individuais como dores de cabeça e problemas de sono”, acrescentou ela.
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