Uma mãe fez um desabafo de partir o coração recentemente no Kidspot: os seus três filhos autistas nunca foram convidados para as festas de aniversário dos colegas da escola. Katherine Peereboom é mãe de Oliver, de 7 anos, Joshua, de 6, e Tyler, de 4, todos com algum grau do transtorno e com dificuldade para se comunicar. A australiana escreveu sobre as dificuldades que enfrenta com a família e como a rejeição dos filhos ” é devastadora”.

Katherine é CEO da Spectrum Support, uma plataforma que ajuda outros pais a lidarem com os filhos autistas. Ela conta que as outras crianças “não entendem” aquelas que têm condições especiais e acabam excluindo os que são diferentes de maneira “cruel”. Como exemplo, Katherine diz que os filhos nunca foram nos aniversários dos colegas e nem receberam amigos no dia do próprio aniversário. “Muitas pessoas nem sabem uma pessoa pode ter autismo – elas apenas são rotuladas como estranhas ou esquisitas”, disse.

Algo rotineiro como um simples corte de cabelo pode dar o triplo de trabalho se você está lidando com crianças autistas, como conta a australiana. “Conseguir escovar e lavar o cabelo deles literalmente levou anos de lento incentivo”, falou. A última vez que foi ao cabeleireiro com Oliver ela relata que precisou lidar com a falta de empatia dos outros clientes. “Ele ficou bem nos 5 primeiros minutos, mas de repente não estava mais sabendo lidar. Ele começou a gritar e chorar e todos nós só queríamos confortá-lo. Eu saí do salão consolando meu filho, dizendo que ele foi tão corajoso e que tudo acabou. Então eu escutei um comentário alto de um senhor idoso dizendo ‘Tive que ficar ouvindo aquele lá o tempo todo’. Ele é uma criança! Ele é autista! Como você se sente mexendo com uma criança inocente?”, respondeu a mãe.
Apesar da dificuldade que a infância pode trazer para crianças com o espectro, Katherine acredita que eles estão “a salvos, porque não sabem o quanto as pessoas estão sendo cruéis”. A mãe assume que tem medo do que os irmãos enfrentarão no futuro, principalmente com toda a discriminação que poderão vir a sofrer. “A rejeição das escolas, atividades esportivas, festas, os olhares cruéis, os comentários horríveis, pessoas rindo e apontando, e isso me dá enjôo. Espero por Deus ter dado a eles as habilidades necessárias para desviar a negatividade”, finaliza.