No dia 15 de agosto ganhou grande repercussão na internet o vídeo de uma fisioterapeuta dançando com um recém-nascido no bolso de seu uniforme. A situação aconteceu no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí.
A profissional gravada era funcionária de uma empresa terceirizada e foi afastada de suas funções, assim como teve a suspensão da carteira profissional pelo Conselho Regional de Fisioterapia de Santa Catarina (Crefito10), de forma cautelar, e teve processo ético disciplinar aberto para investigação.
Três técnicas de enfermagem foram demitidas por estarem próximas, mas não defenderem o bebê ou avisarem a direção hospitalar. É possível ouvir, além da fisioterapeuta terceirizada, a pessoa que a gravou, rindo durante vídeo. As condutas instauraram crime de perigo a vida ou a saúde, e também pelo crime do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) de submeter a criança a vexame ou constrangimento.
A mãe do recém-nascido só soube que era o seu filho na gravação dois dias depois que o vídeo chegou ao seu celular já viralizado, e contou ao G1 que ficou sem chão: “Não sabia que era meu filho. Não passava nem na cabeça que era o nosso neném”.
O bebê, que nasceu prematuro e é gêmeo, foi para o aparelho de ventilação assim que nasceu: “Não conseguiam nem respirar sozinhos. Até hoje, eles estão com sonda”, contou a mãe de 23 anos. Ela também alega ter sofrido violência obstétrica: “Eu estava sentindo muita dor, já era umas 2h da manhã, que foi a última vez que o médico veio fazer o toque em mim, pra ver com quantos dedos de dilatação eu estava. Eu cheguei lá [no hospital] com dois dedos de dilatação, e quando ele foi lá fazer o exame eu já estava com cinco”.
“Teve que esperar a troca de turno, às 7 horas. A enfermeira perguntou pra mim qual foi o último horário que o médico tinha ido ali pra fazer o exame de toque. Eu falei que foi às 2h. Ela já olhou pro médico e ele veio ver. Ele só afastou minha perna e a mão do neném já estava pra fora”, contou a mãe.
O hospital nega a violência em nota, e afirma que: “A mãe foi comunicada tão logo houve a confirmação da autoria [do vídeo], no primeiro momento em que esteve no hospital, inexistindo qualquer intenção de abafar o caso. O Hospital Marieta tratou do caso com a seriedade necessária, inclusive na manutenção do sigilo das identidades do bebê e familiares. O Hospital realizou o atendimento de forma correta, esclarecendo que o bebê nasceu prematuramente de parto normal sem qualquer intercorrência, totalmente dentro da normalidade para um parto desta natureza, antes do tempo. Segundo boletim médico, a criança goza de perfeita saúde, reservada apenas aos cuidados pertinentes da sua fragilidade de nascido prematuro”.