Mãe de filha com paralisia cerebral usava dinheiro doado para fazer plásticas

Mãe e pai de Soso, Igor Rocha e Ana de Santi, uma menina de 2 anos que possui  paralisia cerebral, estão sendo investigados pela polícia de Goiás por desvio de dinheiro, maus-tratos e estelionato.

Em depoimento, o pai chama os doadores de 'trouxas' e declara que é ser humano e também tem suas necessidades. "Minha filha não tem PIX, então se eles foram trouxas, a culpa não é minha. Eu não sou obrigado a usar o dinheiro que eles mandam especificamente com a minha filha. Eu também tenho necessidade de serem supridas. Também sou um ser humano", falou Igor.

Para o G1, a delegada responsável pelo caso, Aline Lopes, deu depoimento e detalhes sobre o caso. “Ambos trabalham com a internet, mas a principal fonte de renda deles vem das doações que a menina recebe. Estamos apurando se houve desvio de dinheiro e se ele foi utilizado para algo que não seja o sustento e os tratamentos da menina”, explicou a delegada.

Além disso, Aline afirma que a mãe usou parte do dinheiro das doações para benefício próprio e fez cirugias plásticas. “Há informação de que a mãe teria feito cirurgia plástica com esse dinheiro”, declarou.

A mãe também responde a polícia por omissão, visto que viu toda situação acontecer e não tomou nenhuma providência. “Ela, sendo a mãe, enquanto estava casada com ele, se não agiu para impedir isso, também responde por omissão. Como mãe, ela tem o dever de evitar e de não concordar com esse tipo de atitude. No momento em que concordou e permitiu o que ele fez, sem tomar providências, ela pode ser responsabilizada por omissão”, contou a delegada.

De acordo com a delegada,  Igor e a mulher estão separados há algum tempo e não há processo judicial sobre a guarda da menina. Porém, existia um acordo entre eles de que Igor moraria com a filha.

A delegada relata que o crime de maus-tratos começou a ser investigado após denúncias de que a menina não estar sendo negligenciada e não possuía condições de higiene, de pessoas próximas a família. “Recebemos uma enxurrada de denúncias. Começamos a apurar uma a uma, não só na internet, mas falando com pessoas próximas a eles. Muito do que ele fala é uma jogada de marketing para causar impacto e gerar engajamento nas redes sociais”, pontuou a delegada.