Na terça-feira, 22 de agosto, repercutiu nas redes sociais a continuação de uma conversa entre Larissa Manoela, de 22 anos, e a mãe, Silvana Taques, de 51, onde a atriz desejava um feliz natal e passava uma mensagem de amor e perdão para Silvana.
Após ter falado palavras de baixo calão e ter dito que apagou a mensagem natalina da filha antes mesmo de ler, Silvana acabou ofendendo a família do noivo da filha. Sem passar a data festiva com ela, depois de se negar a passar o Natal com os pais de André Luiz Frambach, a ex empresária mostrou sua opinião.

“Esqueci de te desejar… Que você também tenha um ótimo Natal aí com todos os guias dessa família macumbeira”, escreveu e deu risada em seguida. O noivo de Larissa e a família seguem o espiritismo kardecista e a religião já foi apontada em rumores como um dos motivos da desaprovação da mãe e do pai de Larissa com o noivo.
A partir de uma notícia-crime de discriminação e preconceito religioso pela Comissão de Combate a Intolerância Religiosa do Rio, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) abriu um inquérito para investigar se Silvana foi criminosa, já que o termo “macumbeira” é considerado pejorativo para se referir a religiões de matriz africana.

A Comissão declarou que “a configuração desse ato discriminatório apresenta-se como formas contemporâneas do racismo, que objetiva preservar a incolumidade dos direitos da personalidade, como a essencial dignidade da pessoa humana. Deve-se inibir, desse modo, comportamentos abusivos que possam, impulsionados por motivações subalternas, disseminar criminosamente o ódio público contra outras pessoas em razão de sua religião”, segundo o G1.
Também de acordo com o documento da entidade, “a manifestação de Silvana extravasa os limites da livre manifestação de ideias, constituindo-se em insultos, ofensas e estímulo à intolerância e ao ódio contra as religiões de matriz africana, não merecendo proteção constitucional e não podendo ser considerados liberdade de expressão, enquadrando-se no crime de racismo”.

Carlos Nicodemos, advogado que assina a notícia-crime junto com Maria Fernanda Fernandes Cunha, elucidou que o pedido tem como justificativa entender se houve o objetivo de incentivar discriminação, além de investigar a ofensa.
“O país caminha para o aprimoramento punitivo contra o racismo e, em pleno século XXI, não há mais espaço para racismo religioso ou qualquer manifestação que ofenda a dignidade humana, que seja encarada como diversionismo ou coisificação. A banalização incrementa graus de violência, que levam à situações extremas todos os dias”, falou ao G1.
A abertura do registro de ocorrência foi pedida e o andamento nas investigação para apuração de possíveis crimes cometidos pela mãe da atriz, será iniciada, conforme informou a delegada titular da Decradi, Rita Salim.