Rafaelly Morais e Rodrigo Canário, os pais que quíntuplos, fizeram um relato sensível sobre como foi lidar com a morte precoce dos bebês, dois ainda durante a gestação e três após o nascimento prematuro. Moradores de Araputanga, Mato Grosso, o casal chegou a fazer viagens de 400km para acompanhar a saúde dos bebês.
Em uma conversa com a Universa, do Uol, Rafaelly relatou que a até a nona semana de gestação tudo ocorria dentro do esperado, ainda que a gravidez tivesse sido considerada de risco. O longo caminho percorrido para as consultas também angustiava o casal. E em uma dessas consultas, infelizmente, receberam a triste notícia de que dois, dos cinco filhos, não resistiram. “Foi muito difícil ouvir aquilo, chorei bastante”, relembrou ela.
Alguns meses depois, na 21ª semana de gestação, ela explica que junto ao médico constataram que os três estavam preparados para nascer. Porém, por ser em um período muito prematuro, a mesma foi orientada a realizar um procedimento para que os bebês chegassem à 28ª semana, para assim nascerem com mais peso e órgãos formados.

Entretanto, não foi possível chegar até o período recomendado, pois as contrações iniciaram antes do previsto. “Corri para o hospital e me deixaram mais alguns dias de repouso absoluto, mas sentia muita dor, além do normal. Tive contrações e as bolsas estouraram, então o cirurgião disse que não poderia esperar mais para não comprometer a vida dos nenéns e a minha”, relatou Rafaelly ao Universa.
Foi então que no primeiro dia de agosto o sonho de Rafaelly e Rodrigo de conhecerem os filhos se tornou realidade: Angelina, Álvaro e Antonella nasceram. Por serem prematuros, os bebês precisam ir direto para UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ao todo, foram 48 dias de cuidados intensivos.

Com sete dias após o nascimento, o menino não resistiu, por conta do parto prematuro e de uma infecção. As meninas seguiram sob os cuidados intensivos, mas com 16 dias, Antonella faleceu, e a irmã Angelina, após os 48 dias de vida. “Tivemos a benção de conhecê-los. Foram muitos guerreiros e são nossos anjos protetores. Hoje, somos pais de seis”, disse Rafaelly.
Mesmo com pouco tempo de convivência, os pais guardam as lembranças especiais das crianças que, segundo eles, se assemelhavam com a família. “Nós imaginávamos tudo com eles, já estava tudo prontinho para recebê-los […] Cada um tinha um jeito diferente, um traço incrível e único”, recordou a mãe.







