Uma mãe está denunciando o atendimento de uma médica após a profissional dizer que sua filha estava “fingindo ser doente”. O caso aconteceu na última quinta-feira, dia 14 de setembro, na unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Horizonte, na Grande Fortaleza, no Ceará. Cibeli Rocha disse que levou a filha até a unidade de saúde, pois a menina estava sentindo fortes dores no braço e não conseguia levantar o membro.
A mãe da menina afirma que a médica “apalpava com força e mexia o braço da minha filha como se não tivesse nada”. As informações sobre o caso foram divulgadas pelo g1. “Diante disso, ela disse que minha não tinha nada, e eu questionei que ela tinha dito diagnosticado só no olho, sem pedir nem um raio-x”, disse Cibeli.
Então, a médica levou a criança para realizar um raio-x e escreveu no diagnóstico que a menina ‘estava fingindo uma doença’. “Eu perguntei se era aquilo mesmo, se minha filha estava fingindo. Ela disse ‘sim, estava’; e eu respondi, ‘pois tudo bem, eu só queria ouvir isso da sua boca’”, declarou a mãe em entrevista ao g1.
Além disso, ela comentou como a filha lidou com o diagnóstico da médica. “Ela estava tão constrangida com o tom de voz da médica, que ela não falou nada. Fazia uma semana que minha filha tinha machucado o braço quando brincava de pular na cama. Como não inchou, coloquei gelo e dei anti-inflamatório”, contou a mulher.
Na entrevista, a mãe falou que decidiu denunciar o caso e ficou indignada com o atendimento. Após o exame médico, Cibeli notou que havia uma rachadura no osso do braço de sua filha. “É revoltante. Minha filha já estava há sete dias sentindo dor no braço e, quando foi atendida pela médica, a médica simplesmente colocou no CID que minha filha estava fingindo estar doente. A segunda médica pediu Raio-x e foi constatado que minha filha está com uma fratura no osso e tem uma mancha. A médica também me pediu uma ressonância”, relatou a mãe à TV Verdes Mares.
No momento, a família está esperando sair o resultado do laudo médico e a menina segue fazendo o uso de analgésicos. A mãe disse que acredita na versão da filha, pois a menina disse que estava sentindo dores há vários dias. Ela não queria atestado para faltar aula nem trabalho, é uma criança com dor, ela não iria fingir isso”, falou Cibeli.
Então, ela foi até a delegacia Municipal de Horizonte e realizou um boletim de ocorrência contra a profissional. Na sequência, ela voltou na UPA para receber um novo atendimento de outra médica. “Fomos atendidos [no retorno] por uma ótima profissional. Fizemos um raio-x e foi detectado que ela tem uma rachadura no osso e uma mancha, que estão suspeitando que é um tumor”, disse a mulher.
A Prefeitura de Horizonte falou sobre o caso em uma nota oficial e lamentou a situação. No documento, a entidade afirma que o Instituto Gestão e Cidadania (ICG) é responsável pela UPA e que a profissional não é uma funcionária fixa do município.
Além disso, a prefeitura chegou a pedir o ICG da médica para evitar que ela seja escalada para novos atendimentos na UPA para “assegurar que a confiança da comunidade no sistema de saúde seja restaurada”. De acordo com a prefeitura, a menina deve passar por uma nova consulta no Hospital Albert Sabin, em Fortaleza, e agora “está recebendo toda assistência necessária por parte do município”.
