A mãe Stacey Dukes fez um relato emocionante sobre seu caso de depressão psicótica pós-parto. Aos 31 anos, ela deu à luz sua primeira filha Ava. Porém, o tempo todo ela pensava que estava sendo perseguida por seu bebê que perdeu em um aborto espontâneo. Quando a filha tinha 12 semanas de vida, ela foi internada em uma clínica psiquiátrica. Leia o relato, publicado no The Sun, na íntegra:
“Quando tinha 19 anos, tive um aborto espontâneo. Quando engravidei de Ava, fiquei muito preocupada porque tinha medo de acontecer a mesma coisa. Duas semanas depois do nascimento de Ava, entramos naquele ciclo de amamentação, troca de fraldas e cochilos. Eu comecei a ficar muito protetora. Eu me recusava a sair do lado dela porque pensava que, se eu saísse, alguém iria sequestrá-la.
Um dia, eu estava sentada no sofá e ouvi um bebê chorando, mas Ava estava dormindo. Não consegui descobrir de onde vinha o choro, mas parecia que estava bem do meu lado. Na hora, pensei que deveria ser o bebê que eu perdi. Ele precisava de mim. ‘Tenho que me matar’, pensei. Mas quando olhei para Ava sabia que não tinha como deixá-la.
Depois disso, sempre que eu ouvia o choro, eu travava uma batalha impossível na minha cabeça, incapaz de decidir se deveria tirar minha própria vida ou ficar aqui por Ava. Um tempo depois, eu fiquei ainda mais paranoica e achava que algo ia acontecer com Ava. Durante passeios com ela no carrinho, eu ficava olhando por cima do ombro para me certificar de que ninguém estava nos seguindo. Tinha certeza que alguém estava planejando tirar Ava de mim. Meu temperamento mudou muito e eu olhava para todas as pessoas como se elas fossem suspeitas. Eu me sentia fora de controle.
Dias depois, eu estava em casa com meu marido e ouvi o choro do bebê novamente. Perguntei se ele ouvia e ele disse que não. Ele me perguntou se eu estava bem e eu comecei a chorar. Naquele momento, percebi que algo estava muito errado. Contei tudo para Sean e ele telefonou para um médico. Naquele dia, fui internada em uma clínica psiquiátrica e fiquei aliviada.
Eu não aguentava mais, precisava de ajuda. Conversei com o psiquiatra e contei tudo que estava acontecendo, fui diagnosticada com depressão psicótica pós-parto. Fui colocada em um plano de tratamento e medicada. Não tinha permissão para ter Ava comigo e fiquei preocupada, achando que algo terrível ia acontecer com ela.
Tentei encontrar alegria nos meus dias, quando Ava podia ficar um pouco comigo, eu me deitava ao lado dela e a observava atentamente. Semanas depois, fui autorizada a sair sozinha com Ava pelo hospital. Por um momento, eu me sentia uma mãe normal novamente, curtindo um passeio com a minha filha. Brinquei com Ava e ela deu uma risada, foi a primeira vez que ela riu e eu sabia que eu me lembraria desse momento para sempre. Todos os dias meu marido vinha me ver, assim como meus familiares e amigos. Eu ficava muito ansiosa pela visita deles, isso me ajudava a lembrar que eu tinha uma vida lá fora.
Depois de 10 semanas internada, recebi alta e meu marido nos levou para o zoológico para comemorar. Agora, em casa, continuo tomando remédios e me sinto muito melhor. Ava está com 2 anos e sinto que perdi meses da vida dela por causa do que aconteceu, mas isso significa que agora eu aproveito muito mais os momentos que temos juntas.
Ter um bebê muda completamente sua vida e é preciso que os pais de primeira viagem tenham mais apoio. Ava me faz querer continuar. Ser mãe me fez passar por um tempo sombrio e assustador, mas minha filha me ajudou a me recuperar. Odeio pensar no que eu teria feito se não tivesse seu lindo sorriso para me fazer continuar. Realmente acredito que ela salvou minha vida”.
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