Marcieli, mãe do bebê que foi incinerado por engano, no ano de 2014, em uma maternidade em Rondônia – ganhou, em março de 2022, um recurso contra o hospital que a processou contra danos morais. Quando o processo chegou na 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Rondônia, há 8 anos atrás, a maternidade pediu R$ 20 mil de indenização por postagens de indignação feitas pela mãe.
“No caso, a demasiada demora em descobrir o que havia acontecido, somada à repercussão do caso na mídia local, bem como a busca de respostas do que realmente ocorreu, o sumiço do corpo, a falta de velar o filho, consubstanciam um trauma maior da perda, com sentimentos dos mais variados, com dificuldades do esquecimento e quiçá, a esperança de encontrá-lo, já que não propiciado o processo do luto”, disse Alexandre Miguel, desembargador e relator do caso de desaparecimento do bebê, em entrevista concedida ao G1.

Conheça a história
Em 22 de maio de 2014, no hospital de Cujubim (RO), os médicos da gestante Marcieli, solicitaram uma transferência de unidade, para que a mulher fosse alocada para outro hospital. Durante o trajeto, a ambulância parou na cidade de Candeias do Jamari, pois a mãe já estava em trabalho de parto avançado.
O nascimento da criança aconteceu no hospital de Candeias. E, após dar à luz ao Nicolas Naitz, a mãe e o bebê foram encaminhados para Porto Velho. A Marcieli foi encaminhada para o Hospital de Base (HB) e o Nicolas foi internado no Hospital Infantil Cosme Damião. Logo em seguida, o recém-nascido foi direcionado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da maternidade Regina Pacis.
No local que ele foi encaminhado (Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da maternidade Regina Pacis), o Nicolas faleceu de sepse neonatal e asfixia pré-natal. Ou seja, uma infecção em recém-nascido.
Porém, após investigação da Polícia Civil, foi contatado que o corpo do Nicolas foi recolhido e incinerado por engano, por funcionários de uma empresa terceirizada do Hospital de Base. A empresa negou a informação.
Embora os laudos médico e policias tivessem em evidência, a Marcieli jamais desacreditou que o filho pudesse estar vido. Ela fez protestos e se reuniu com autoridades, para que uma nova investigação começasse. Já no processo judicial, na 1ª instância, a maternidade ganhou a ação de danos morais contra a mãe de Nicolas. No entanto, Marcieli entrou na 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça para não pagar a indenização ao Hospital.