Uma mãe da capital paranaense deu à luz em um posto de pronto-atendimento depois de não ter tempo suficiente para chegar na maternidade. O nascimento – único no Hospital Marcelino Champagnat – fez a alegria dos profissionais de saúde diante das dificuldades sofridas pela pandemia.

Vanessa tinha ido para uma consulta no hospital um dia antes, onde conversou com a obstetra Christiane Ribas Berger.”Estava acompanhando Vanessa no pré-natal e quando nos encontramos para uma consulta no dia anterior, ela ainda estava sem dilatação. No dia seguinte, me ligou dizendo estar com um pouco de desconforto. Quando sugeri que ela fosse para o hospital, ela disse que não sentia que estava na hora e pediu para ser avaliada por mim”, explicou a ginecologista, em entrevista ao UOL.
Assim, a mãe seguiu caminho para a unidade. Lá, ela foi atendida pelo marido da obstetra, enquanto a médica chegava no local. Enquanto esperava, porém, a equipe constatou que Vanessa estava com nove centímetros de dilatação – considerada a largura máxima do trabalho de parto.
“O que estava segurando era a bolsa amniótica, que ainda não tinha rompido. Ele cogitou ir com a paciente para a maternidade, mas aí percebeu que o bebê nasceria em poucos minutos. Chamaram uma ambulância, mas o carro demorou para chegar. Tudo aconteceu muito rápido”, lembra Christiane.
Com a raridade do evento, toda a equipe do local precisou se reunir em uma força-tarefa para preparar a chegada de Gael. “Tivemos enfermeiras, anestesista e pediatra. Ao todo, cerca de 10 pessoas na sala. Graças a eles, o parto de emergência foi bem-sucedido”, diz a médica.
“Estamos muito cansados, chateados e tristes, perdendo pessoas e tantos entes queridos por causa da covid-19. No meio de toda essa confusão ver um pingo de gente, muito fofo, nascendo, nos reconforta. Sentimos gratidão e honra por participar desse momento tão especial”, celebra.