Na última semana a namorada do humorista Léo Lins, Aline Mineiro, usou o stories para comparar o comportamento do namorado a pessoas portadoras do espectro autista. Na hora, ele entrou também na gozação.
Com a repercussão negativa e diversas críticas pela atitude, Aline excluiu o vídeo do Instagram, mas isso não fez com que parasse de receber críticas dos seguidores. Na última quarta-feira (23), Marcos Mion, que é pai do Romeo, portador de autismo, fez um vídeo no perfil pessoal dando o seu posicionamento sobre o caso.
“Geralmente eu deixo essas coisas passarem, porque quanto menos palco melhor. Mas a minha comunidade está cobrando um posicionamento e eu nunca vou deixá-los na mão”, começou. O apresentador comentou a repercussão enorme que isso gerou e não poupou.
“Essa história escalonou de uma forma que não é mais sobre os autistas serem respeitados ou não, virou uma arena de agressões de baixo calão, desumanas entre dois lados”, disse, mas continuou: “Eu luto com a cabeça erguida e peito cheio todos os dias da minha vida pelo autismo, pelo meu filho, mas esse tipo de batalha não me dá orgulho”.
Mion justificou seu ponto de vista: “Eu exijo respeito a todos os autistas, mas tenho maturidade e compaixão para entender que a grande maioria das pessoas comete esse crime de forma inocente, por falta de conhecimento. Eu não acredito que ela tenha falado por maldade, mas também sei que teria acabado na hora se ela tivesse acatado aos primeiros pedidos que chegaram para se retratar”.
O apresentador comentou que a resposta da assessoria ao afirmar que não via motivo para se desculpar também foi um erro. “Uma comunidade que sofre há décadas, no momento que se une, ganha força para lutar e luta por respeito firme, forte e unida”, defendeu.
Ele criticou o ex-colega de trabalho: “As coisas que o Léo falou são absurdas e eu falei isso pra ele. Não é humor. Bater em fraco não é o ponto alto da carreira de um humorista. Na verdade, é fácil. Não precisa de cérebro, só coragem”.
Para demonstrar a gravidade disso, fez uma analogia: “Falar que uma pessoa quieta é autista é o mesmo erro e crime que deduzir que um negro correndo na rua é bandido. Chega! Não dá mais para aceitar esse tipo de suposição, nem só como ‘piada’, porque do outro lado vai ter alguém sofrendo”.
Marcos Mion continuou pedindo que pessoas deixam de usar autismo como adjetivo e contou que enviou uma mensagem para o Léo pedindo um vídeo para acabar com essa história. Ele também pediu que a comunidade pare de agredir e ameaçar a família do humorista.
“Gente, só existe um caminho: a evolução, entendimento, aprendizado e a busca incessante por respeito“, e terminou: “E que fique a lição para todos os humoristas: não façam piadas com autismo. Entendam isso de uma vez por todas”.