Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, é jornalista, palestrante. Nesse mês, ele explica porquê não devemos ter filhos.
É possível ser feliz sem filhos? Claro que sim. Esses dias me perguntaram se não ter lhos seria um ato de egoísmo. Não acho que seja. Acho que um filho nos ensina muitas coisas e, sem dúvida, transforma aqueles que estão dispostos a mudar. Mas egoísmo de verdade é quando temos filhos e decidimos não nos dedicar a isso.
“Mas eu não tenho tempo”, diz um pai. “Estou na correria do dia a dia”, diz outro. “Preciso cuidar das minhas coisas”, diz uma. “Tenho a prestação do carro”, diz outra. Não estou falando de pais que rebolam pra fazer tudo ao mesmo tempo e querem estar mais perto dos filhos. Estou falando de pais que não querem estar perto dos filhos. Então, não tenha filhos.
Uma proprietária de creche me contou que um pai chegou ao ponto de pedir pra abrir a escola sábado e domingo, pra deixar o filho lá no final de semana também. “Trabalho a semana toda e no fim de semana preciso descansar!”, disse ele.
Não tenha filhos se você não tem tempo, se não tem amor, se não tem noção da responsabilidade que é ter lhos. Não tenha lhos se está muito cansado, se não tem saco pra lidar com criança. Não tenha filhos se seu trabalho é mais importante que sua família. Então, não tenha filhos,
Ter filho se tornou uma moeda social, que algumas pessoas têm pra experimentar, mostrar pros outros, colocar fotos no Instagram. Mas não tenha. Se não tiver tempo, paciência e dedicação, não tenha. Seja feliz sem filhos.
Se você já tem, então crie. Crie com todo amor e carinho. Crie com menos gastos e mais tempo junto. Filhos exigem reorganizar tudo o que você estava fazendo. Dura uns vinte anos. Vai passar rápido. Quando você menos esperar eles crescem e vão embora.
Você vai ter vivido a maior experiência de uma vida. Mas se lê tudo isso e sente que não é pra você, vai por mim: não tenha filhos.
Ana Cardoso, mãe de Anita e Aurora, é jornalista, socióloga. Esse mês, ela fala sobre a importância de decidir.
Depois de ter filhos, ou adotá-los, uma coisa é certa: sua vida nunca mais será a mesma. Você vai acordar mais vezes durante a noite. Sentir dores e febres que estão em outro corpo. Deixar de fazer coisas que você gosta e conhecer universos que nem imaginava que existiam, como desenhos animados chatos pra caramba.
Eu nunca tinha percebido a pressão que muita gente sente para ter filhos. Até porque, tive as minhas, relativamente cedo (engravidei pela primeira vez aos 26 anos), sem planejar. No último dia das mães, recebi de diversas pessoas, textos falando sobre a frustração que sentiam por não serem mães. Solteiras, casadas ou fazendo tratamento para engravidar. Todas tristes porque não eram mães.
Pela primeira vez na vida, senti o status da maternidade. Que estou num padrão: mulher de 40, mãe de duas. E entendi a dor, ou a cobrança, de quem não é e sente que – por algum motivo – deveria ser. Se eu não tivesse lhos, como me sentiria no dia das mães?
No Brasil, a política de direitos reprodutivos é muito fraca. Milhares de mulheres não têm acesso à contracepção eficiente. Seria muito ingênuo supor que toda criança que nasce é desejada*. Por outro lado, tem gente com dificuldade para engravidar que não pode pagar ou não dá sorte com processos de reprodução assistida.
De acordo com o relatório da ONU, “O poder de escolha – direitos reprodutivos e a transição demográfica”, de 2018, Em nenhum país do mundo, a população (e seus indivíduos) está 100% satisfeita com a sua reprodução. Países com alta fecundidade geralmente apresentam extrema pobreza, mortalidade materna e infantil altas e sobrecarga nas instituições de saúde.
Em contrapartida, a baixa fecundidade está associada a populações que estão envelhecendo, o que traz preocupações com a previdência social e o crescimento econômico no futuro.
As políticas públicas para a reprodução de uma população têm um impacto profundo na felicidade, na economia e na qualidade da educação que se é disponibilizada para os “infantes”. Da porta de casa pra dentro, todo mundo tenta dar o seu melhor, não duvido disso. Racionais que somos, precisamos parar de falar de ter filhos como um milagre mágico. O poder de decisão está nas nossas mãos. Nas de uns mais do que de outros, mas quem sabe um dia não ampliamos essa autonomia para toda a população?
De minha parte, não julgo, não pergunto quando vem o segundo e se me convidam para o aniversário do pet, vou bem faceira, mesmo sabendo que vou boiar nos papos. Ter lho é maravilhoso, mas se for consciente é melhor ainda. Principalmente para a criança.
Leia também:
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Marcos Piangers manda recado para quem pensa em ser pai: “Não tenha filhos”
Fique por dentro do conteúdo do YouTube da Pais&Filhos:
Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, é jornalista, palestrante. Nesse mês, ele explica porquê não devemos ter filhos.
É possível ser feliz sem filhos? Claro que sim. Esses dias me perguntaram se não ter lhos seria um ato de egoísmo. Não acho que seja. Acho que um filho nos ensina muitas coisas e, sem dúvida, transforma aqueles que estão dispostos a mudar. Mas egoísmo de verdade é quando temos filhos e decidimos não nos dedicar a isso.
“Mas eu não tenho tempo”, diz um pai. “Estou na correria do dia a dia”, diz outro. “Preciso cuidar das minhas coisas”, diz uma. “Tenho a prestação do carro”, diz outra. Não estou falando de pais que rebolam pra fazer tudo ao mesmo tempo e querem estar mais perto dos filhos. Estou falando de pais que não querem estar perto dos filhos. Então, não tenha filhos.
Uma proprietária de creche me contou que um pai chegou ao ponto de pedir pra abrir a escola sábado e domingo, pra deixar o filho lá no final de semana também. “Trabalho a semana toda e no fim de semana preciso descansar!”, disse ele.
Não tenha filhos se você não tem tempo, se não tem amor, se não tem noção da responsabilidade que é ter lhos. Não tenha lhos se está muito cansado, se não tem saco pra lidar com criança. Não tenha filhos se seu trabalho é mais importante que sua família. Então, não tenha filhos,
Ter filho se tornou uma moeda social, que algumas pessoas têm pra experimentar, mostrar pros outros, colocar fotos no Instagram. Mas não tenha. Se não tiver tempo, paciência e dedicação, não tenha. Seja feliz sem filhos.
Se você já tem, então crie. Crie com todo amor e carinho. Crie com menos gastos e mais tempo junto. Filhos exigem reorganizar tudo o que você estava fazendo. Dura uns vinte anos. Vai passar rápido. Quando você menos esperar eles crescem e vão embora.
Você vai ter vivido a maior experiência de uma vida. Mas se lê tudo isso e sente que não é pra você, vai por mim: não tenha filhos.
Ana Cardoso, mãe de Anita e Aurora, é jornalista, socióloga. Esse mês, ela fala sobre a importância de decidir.
Depois de ter filhos, ou adotá-los, uma coisa é certa: sua vida nunca mais será a mesma. Você vai acordar mais vezes durante a noite. Sentir dores e febres que estão em outro corpo. Deixar de fazer coisas que você gosta e conhecer universos que nem imaginava que existiam, como desenhos animados chatos pra caramba.
Eu nunca tinha percebido a pressão que muita gente sente para ter filhos. Até porque, tive as minhas, relativamente cedo (engravidei pela primeira vez aos 26 anos), sem planejar. No último dia das mães, recebi de diversas pessoas, textos falando sobre a frustração que sentiam por não serem mães. Solteiras, casadas ou fazendo tratamento para engravidar. Todas tristes porque não eram mães.
Pela primeira vez na vida, senti o status da maternidade. Que estou num padrão: mulher de 40, mãe de duas. E entendi a dor, ou a cobrança, de quem não é e sente que – por algum motivo – deveria ser. Se eu não tivesse lhos, como me sentiria no dia das mães?
No Brasil, a política de direitos reprodutivos é muito fraca. Milhares de mulheres não têm acesso à contracepção eficiente. Seria muito ingênuo supor que toda criança que nasce é desejada*. Por outro lado, tem gente com dificuldade para engravidar que não pode pagar ou não dá sorte com processos de reprodução assistida.
De acordo com o relatório da ONU, “O poder de escolha – direitos reprodutivos e a transição demográfica”, de 2018, Em nenhum país do mundo, a população (e seus indivíduos) está 100% satisfeita com a sua reprodução. Países com alta fecundidade geralmente apresentam extrema pobreza, mortalidade materna e infantil altas e sobrecarga nas instituições de saúde.
Em contrapartida, a baixa fecundidade está associada a populações que estão envelhecendo, o que traz preocupações com a previdência social e o crescimento econômico no futuro.
As políticas públicas para a reprodução de uma população têm um impacto profundo na felicidade, na economia e na qualidade da educação que se é disponibilizada para os “infantes”. Da porta de casa pra dentro, todo mundo tenta dar o seu melhor, não duvido disso. Racionais que somos, precisamos parar de falar de ter filhos como um milagre mágico. O poder de decisão está nas nossas mãos. Nas de uns mais do que de outros, mas quem sabe um dia não ampliamos essa autonomia para toda a população?
De minha parte, não julgo, não pergunto quando vem o segundo e se me convidam para o aniversário do pet, vou bem faceira, mesmo sabendo que vou boiar nos papos. Ter lho é maravilhoso, mas se for consciente é melhor ainda. Principalmente para a criança.
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Marcos Piangers manda recado para quem pensa em ser pai: “Não tenha filhos”
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Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, é jornalista, palestrante. Nesse mês, ele explica porquê não devemos ter filhos.
É possível ser feliz sem filhos? Claro que sim. Esses dias me perguntaram se não ter lhos seria um ato de egoísmo. Não acho que seja. Acho que um filho nos ensina muitas coisas e, sem dúvida, transforma aqueles que estão dispostos a mudar. Mas egoísmo de verdade é quando temos filhos e decidimos não nos dedicar a isso.
“Mas eu não tenho tempo”, diz um pai. “Estou na correria do dia a dia”, diz outro. “Preciso cuidar das minhas coisas”, diz uma. “Tenho a prestação do carro”, diz outra. Não estou falando de pais que rebolam pra fazer tudo ao mesmo tempo e querem estar mais perto dos filhos. Estou falando de pais que não querem estar perto dos filhos. Então, não tenha filhos.
Uma proprietária de creche me contou que um pai chegou ao ponto de pedir pra abrir a escola sábado e domingo, pra deixar o filho lá no final de semana também. “Trabalho a semana toda e no fim de semana preciso descansar!”, disse ele.
Não tenha filhos se você não tem tempo, se não tem amor, se não tem noção da responsabilidade que é ter lhos. Não tenha lhos se está muito cansado, se não tem saco pra lidar com criança. Não tenha filhos se seu trabalho é mais importante que sua família. Então, não tenha filhos,
Ter filho se tornou uma moeda social, que algumas pessoas têm pra experimentar, mostrar pros outros, colocar fotos no Instagram. Mas não tenha. Se não tiver tempo, paciência e dedicação, não tenha. Seja feliz sem filhos.
Se você já tem, então crie. Crie com todo amor e carinho. Crie com menos gastos e mais tempo junto. Filhos exigem reorganizar tudo o que você estava fazendo. Dura uns vinte anos. Vai passar rápido. Quando você menos esperar eles crescem e vão embora.
Você vai ter vivido a maior experiência de uma vida. Mas se lê tudo isso e sente que não é pra você, vai por mim: não tenha filhos.
Ana Cardoso, mãe de Anita e Aurora, é jornalista, socióloga. Esse mês, ela fala sobre a importância de decidir.
Depois de ter filhos, ou adotá-los, uma coisa é certa: sua vida nunca mais será a mesma. Você vai acordar mais vezes durante a noite. Sentir dores e febres que estão em outro corpo. Deixar de fazer coisas que você gosta e conhecer universos que nem imaginava que existiam, como desenhos animados chatos pra caramba.
Eu nunca tinha percebido a pressão que muita gente sente para ter filhos. Até porque, tive as minhas, relativamente cedo (engravidei pela primeira vez aos 26 anos), sem planejar. No último dia das mães, recebi de diversas pessoas, textos falando sobre a frustração que sentiam por não serem mães. Solteiras, casadas ou fazendo tratamento para engravidar. Todas tristes porque não eram mães.
Pela primeira vez na vida, senti o status da maternidade. Que estou num padrão: mulher de 40, mãe de duas. E entendi a dor, ou a cobrança, de quem não é e sente que – por algum motivo – deveria ser. Se eu não tivesse lhos, como me sentiria no dia das mães?
No Brasil, a política de direitos reprodutivos é muito fraca. Milhares de mulheres não têm acesso à contracepção eficiente. Seria muito ingênuo supor que toda criança que nasce é desejada*. Por outro lado, tem gente com dificuldade para engravidar que não pode pagar ou não dá sorte com processos de reprodução assistida.
De acordo com o relatório da ONU, “O poder de escolha – direitos reprodutivos e a transição demográfica”, de 2018, Em nenhum país do mundo, a população (e seus indivíduos) está 100% satisfeita com a sua reprodução. Países com alta fecundidade geralmente apresentam extrema pobreza, mortalidade materna e infantil altas e sobrecarga nas instituições de saúde.
Em contrapartida, a baixa fecundidade está associada a populações que estão envelhecendo, o que traz preocupações com a previdência social e o crescimento econômico no futuro.
As políticas públicas para a reprodução de uma população têm um impacto profundo na felicidade, na economia e na qualidade da educação que se é disponibilizada para os “infantes”. Da porta de casa pra dentro, todo mundo tenta dar o seu melhor, não duvido disso. Racionais que somos, precisamos parar de falar de ter filhos como um milagre mágico. O poder de decisão está nas nossas mãos. Nas de uns mais do que de outros, mas quem sabe um dia não ampliamos essa autonomia para toda a população?
De minha parte, não julgo, não pergunto quando vem o segundo e se me convidam para o aniversário do pet, vou bem faceira, mesmo sabendo que vou boiar nos papos. Ter lho é maravilhoso, mas se for consciente é melhor ainda. Principalmente para a criança.
Leia também:
Marcos Piangers sobre o Dia dos Pais: “O melhor lugar do mundo é ao lado das minhas filhas”
Marcos Piangers manda recado para quem pensa em ser pai: “Não tenha filhos”
Fique por dentro do conteúdo do YouTube da Pais&Filhos:
Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, é jornalista, palestrante. Nesse mês, ele explica porquê não devemos ter filhos.
É possível ser feliz sem filhos? Claro que sim. Esses dias me perguntaram se não ter lhos seria um ato de egoísmo. Não acho que seja. Acho que um filho nos ensina muitas coisas e, sem dúvida, transforma aqueles que estão dispostos a mudar. Mas egoísmo de verdade é quando temos filhos e decidimos não nos dedicar a isso.
“Mas eu não tenho tempo”, diz um pai. “Estou na correria do dia a dia”, diz outro. “Preciso cuidar das minhas coisas”, diz uma. “Tenho a prestação do carro”, diz outra. Não estou falando de pais que rebolam pra fazer tudo ao mesmo tempo e querem estar mais perto dos filhos. Estou falando de pais que não querem estar perto dos filhos. Então, não tenha filhos.
Uma proprietária de creche me contou que um pai chegou ao ponto de pedir pra abrir a escola sábado e domingo, pra deixar o filho lá no final de semana também. “Trabalho a semana toda e no fim de semana preciso descansar!”, disse ele.
Não tenha filhos se você não tem tempo, se não tem amor, se não tem noção da responsabilidade que é ter lhos. Não tenha lhos se está muito cansado, se não tem saco pra lidar com criança. Não tenha filhos se seu trabalho é mais importante que sua família. Então, não tenha filhos,
Ter filho se tornou uma moeda social, que algumas pessoas têm pra experimentar, mostrar pros outros, colocar fotos no Instagram. Mas não tenha. Se não tiver tempo, paciência e dedicação, não tenha. Seja feliz sem filhos.
Se você já tem, então crie. Crie com todo amor e carinho. Crie com menos gastos e mais tempo junto. Filhos exigem reorganizar tudo o que você estava fazendo. Dura uns vinte anos. Vai passar rápido. Quando você menos esperar eles crescem e vão embora.
Você vai ter vivido a maior experiência de uma vida. Mas se lê tudo isso e sente que não é pra você, vai por mim: não tenha filhos.
Ana Cardoso, mãe de Anita e Aurora, é jornalista, socióloga. Esse mês, ela fala sobre a importância de decidir.
Depois de ter filhos, ou adotá-los, uma coisa é certa: sua vida nunca mais será a mesma. Você vai acordar mais vezes durante a noite. Sentir dores e febres que estão em outro corpo. Deixar de fazer coisas que você gosta e conhecer universos que nem imaginava que existiam, como desenhos animados chatos pra caramba.
Eu nunca tinha percebido a pressão que muita gente sente para ter filhos. Até porque, tive as minhas, relativamente cedo (engravidei pela primeira vez aos 26 anos), sem planejar. No último dia das mães, recebi de diversas pessoas, textos falando sobre a frustração que sentiam por não serem mães. Solteiras, casadas ou fazendo tratamento para engravidar. Todas tristes porque não eram mães.
Pela primeira vez na vida, senti o status da maternidade. Que estou num padrão: mulher de 40, mãe de duas. E entendi a dor, ou a cobrança, de quem não é e sente que – por algum motivo – deveria ser. Se eu não tivesse lhos, como me sentiria no dia das mães?
No Brasil, a política de direitos reprodutivos é muito fraca. Milhares de mulheres não têm acesso à contracepção eficiente. Seria muito ingênuo supor que toda criança que nasce é desejada*. Por outro lado, tem gente com dificuldade para engravidar que não pode pagar ou não dá sorte com processos de reprodução assistida.
De acordo com o relatório da ONU, “O poder de escolha – direitos reprodutivos e a transição demográfica”, de 2018, Em nenhum país do mundo, a população (e seus indivíduos) está 100% satisfeita com a sua reprodução. Países com alta fecundidade geralmente apresentam extrema pobreza, mortalidade materna e infantil altas e sobrecarga nas instituições de saúde.
Em contrapartida, a baixa fecundidade está associada a populações que estão envelhecendo, o que traz preocupações com a previdência social e o crescimento econômico no futuro.
As políticas públicas para a reprodução de uma população têm um impacto profundo na felicidade, na economia e na qualidade da educação que se é disponibilizada para os “infantes”. Da porta de casa pra dentro, todo mundo tenta dar o seu melhor, não duvido disso. Racionais que somos, precisamos parar de falar de ter filhos como um milagre mágico. O poder de decisão está nas nossas mãos. Nas de uns mais do que de outros, mas quem sabe um dia não ampliamos essa autonomia para toda a população?
De minha parte, não julgo, não pergunto quando vem o segundo e se me convidam para o aniversário do pet, vou bem faceira, mesmo sabendo que vou boiar nos papos. Ter lho é maravilhoso, mas se for consciente é melhor ainda. Principalmente para a criança.
Leia também:
Marcos Piangers sobre o Dia dos Pais: “O melhor lugar do mundo é ao lado das minhas filhas”
Marcos Piangers manda recado para quem pensa em ser pai: “Não tenha filhos”
Fique por dentro do conteúdo do YouTube da Pais&Filhos:
Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, é jornalista, palestrante. Nesse mês, ele explica porquê não devemos ter filhos.
É possível ser feliz sem filhos? Claro que sim. Esses dias me perguntaram se não ter lhos seria um ato de egoísmo. Não acho que seja. Acho que um filho nos ensina muitas coisas e, sem dúvida, transforma aqueles que estão dispostos a mudar. Mas egoísmo de verdade é quando temos filhos e decidimos não nos dedicar a isso.
“Mas eu não tenho tempo”, diz um pai. “Estou na correria do dia a dia”, diz outro. “Preciso cuidar das minhas coisas”, diz uma. “Tenho a prestação do carro”, diz outra. Não estou falando de pais que rebolam pra fazer tudo ao mesmo tempo e querem estar mais perto dos filhos. Estou falando de pais que não querem estar perto dos filhos. Então, não tenha filhos.
Uma proprietária de creche me contou que um pai chegou ao ponto de pedir pra abrir a escola sábado e domingo, pra deixar o filho lá no final de semana também. “Trabalho a semana toda e no fim de semana preciso descansar!”, disse ele.
Não tenha filhos se você não tem tempo, se não tem amor, se não tem noção da responsabilidade que é ter lhos. Não tenha lhos se está muito cansado, se não tem saco pra lidar com criança. Não tenha filhos se seu trabalho é mais importante que sua família. Então, não tenha filhos,
Ter filho se tornou uma moeda social, que algumas pessoas têm pra experimentar, mostrar pros outros, colocar fotos no Instagram. Mas não tenha. Se não tiver tempo, paciência e dedicação, não tenha. Seja feliz sem filhos.
Se você já tem, então crie. Crie com todo amor e carinho. Crie com menos gastos e mais tempo junto. Filhos exigem reorganizar tudo o que você estava fazendo. Dura uns vinte anos. Vai passar rápido. Quando você menos esperar eles crescem e vão embora.
Você vai ter vivido a maior experiência de uma vida. Mas se lê tudo isso e sente que não é pra você, vai por mim: não tenha filhos.
Ana Cardoso, mãe de Anita e Aurora, é jornalista, socióloga. Esse mês, ela fala sobre a importância de decidir.
Depois de ter filhos, ou adotá-los, uma coisa é certa: sua vida nunca mais será a mesma. Você vai acordar mais vezes durante a noite. Sentir dores e febres que estão em outro corpo. Deixar de fazer coisas que você gosta e conhecer universos que nem imaginava que existiam, como desenhos animados chatos pra caramba.
Eu nunca tinha percebido a pressão que muita gente sente para ter filhos. Até porque, tive as minhas, relativamente cedo (engravidei pela primeira vez aos 26 anos), sem planejar. No último dia das mães, recebi de diversas pessoas, textos falando sobre a frustração que sentiam por não serem mães. Solteiras, casadas ou fazendo tratamento para engravidar. Todas tristes porque não eram mães.
Pela primeira vez na vida, senti o status da maternidade. Que estou num padrão: mulher de 40, mãe de duas. E entendi a dor, ou a cobrança, de quem não é e sente que – por algum motivo – deveria ser. Se eu não tivesse lhos, como me sentiria no dia das mães?
No Brasil, a política de direitos reprodutivos é muito fraca. Milhares de mulheres não têm acesso à contracepção eficiente. Seria muito ingênuo supor que toda criança que nasce é desejada*. Por outro lado, tem gente com dificuldade para engravidar que não pode pagar ou não dá sorte com processos de reprodução assistida.
De acordo com o relatório da ONU, “O poder de escolha – direitos reprodutivos e a transição demográfica”, de 2018, Em nenhum país do mundo, a população (e seus indivíduos) está 100% satisfeita com a sua reprodução. Países com alta fecundidade geralmente apresentam extrema pobreza, mortalidade materna e infantil altas e sobrecarga nas instituições de saúde.
Em contrapartida, a baixa fecundidade está associada a populações que estão envelhecendo, o que traz preocupações com a previdência social e o crescimento econômico no futuro.
As políticas públicas para a reprodução de uma população têm um impacto profundo na felicidade, na economia e na qualidade da educação que se é disponibilizada para os “infantes”. Da porta de casa pra dentro, todo mundo tenta dar o seu melhor, não duvido disso. Racionais que somos, precisamos parar de falar de ter filhos como um milagre mágico. O poder de decisão está nas nossas mãos. Nas de uns mais do que de outros, mas quem sabe um dia não ampliamos essa autonomia para toda a população?
De minha parte, não julgo, não pergunto quando vem o segundo e se me convidam para o aniversário do pet, vou bem faceira, mesmo sabendo que vou boiar nos papos. Ter lho é maravilhoso, mas se for consciente é melhor ainda. Principalmente para a criança.
Leia também:
Marcos Piangers sobre o Dia dos Pais: “O melhor lugar do mundo é ao lado das minhas filhas”
Marcos Piangers manda recado para quem pensa em ser pai: “Não tenha filhos”
Fique por dentro do conteúdo do YouTube da Pais&Filhos:
Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, é jornalista, palestrante. Nesse mês, ele explica porquê não devemos ter filhos.
É possível ser feliz sem filhos? Claro que sim. Esses dias me perguntaram se não ter lhos seria um ato de egoísmo. Não acho que seja. Acho que um filho nos ensina muitas coisas e, sem dúvida, transforma aqueles que estão dispostos a mudar. Mas egoísmo de verdade é quando temos filhos e decidimos não nos dedicar a isso.
“Mas eu não tenho tempo”, diz um pai. “Estou na correria do dia a dia”, diz outro. “Preciso cuidar das minhas coisas”, diz uma. “Tenho a prestação do carro”, diz outra. Não estou falando de pais que rebolam pra fazer tudo ao mesmo tempo e querem estar mais perto dos filhos. Estou falando de pais que não querem estar perto dos filhos. Então, não tenha filhos.
Uma proprietária de creche me contou que um pai chegou ao ponto de pedir pra abrir a escola sábado e domingo, pra deixar o filho lá no final de semana também. “Trabalho a semana toda e no fim de semana preciso descansar!”, disse ele.
Não tenha filhos se você não tem tempo, se não tem amor, se não tem noção da responsabilidade que é ter lhos. Não tenha lhos se está muito cansado, se não tem saco pra lidar com criança. Não tenha filhos se seu trabalho é mais importante que sua família. Então, não tenha filhos,
Ter filho se tornou uma moeda social, que algumas pessoas têm pra experimentar, mostrar pros outros, colocar fotos no Instagram. Mas não tenha. Se não tiver tempo, paciência e dedicação, não tenha. Seja feliz sem filhos.
Se você já tem, então crie. Crie com todo amor e carinho. Crie com menos gastos e mais tempo junto. Filhos exigem reorganizar tudo o que você estava fazendo. Dura uns vinte anos. Vai passar rápido. Quando você menos esperar eles crescem e vão embora.
Você vai ter vivido a maior experiência de uma vida. Mas se lê tudo isso e sente que não é pra você, vai por mim: não tenha filhos.
Ana Cardoso, mãe de Anita e Aurora, é jornalista, socióloga. Esse mês, ela fala sobre a importância de decidir.
Depois de ter filhos, ou adotá-los, uma coisa é certa: sua vida nunca mais será a mesma. Você vai acordar mais vezes durante a noite. Sentir dores e febres que estão em outro corpo. Deixar de fazer coisas que você gosta e conhecer universos que nem imaginava que existiam, como desenhos animados chatos pra caramba.
Eu nunca tinha percebido a pressão que muita gente sente para ter filhos. Até porque, tive as minhas, relativamente cedo (engravidei pela primeira vez aos 26 anos), sem planejar. No último dia das mães, recebi de diversas pessoas, textos falando sobre a frustração que sentiam por não serem mães. Solteiras, casadas ou fazendo tratamento para engravidar. Todas tristes porque não eram mães.
Pela primeira vez na vida, senti o status da maternidade. Que estou num padrão: mulher de 40, mãe de duas. E entendi a dor, ou a cobrança, de quem não é e sente que – por algum motivo – deveria ser. Se eu não tivesse lhos, como me sentiria no dia das mães?
No Brasil, a política de direitos reprodutivos é muito fraca. Milhares de mulheres não têm acesso à contracepção eficiente. Seria muito ingênuo supor que toda criança que nasce é desejada*. Por outro lado, tem gente com dificuldade para engravidar que não pode pagar ou não dá sorte com processos de reprodução assistida.
De acordo com o relatório da ONU, “O poder de escolha – direitos reprodutivos e a transição demográfica”, de 2018, Em nenhum país do mundo, a população (e seus indivíduos) está 100% satisfeita com a sua reprodução. Países com alta fecundidade geralmente apresentam extrema pobreza, mortalidade materna e infantil altas e sobrecarga nas instituições de saúde.
Em contrapartida, a baixa fecundidade está associada a populações que estão envelhecendo, o que traz preocupações com a previdência social e o crescimento econômico no futuro.
As políticas públicas para a reprodução de uma população têm um impacto profundo na felicidade, na economia e na qualidade da educação que se é disponibilizada para os “infantes”. Da porta de casa pra dentro, todo mundo tenta dar o seu melhor, não duvido disso. Racionais que somos, precisamos parar de falar de ter filhos como um milagre mágico. O poder de decisão está nas nossas mãos. Nas de uns mais do que de outros, mas quem sabe um dia não ampliamos essa autonomia para toda a população?
De minha parte, não julgo, não pergunto quando vem o segundo e se me convidam para o aniversário do pet, vou bem faceira, mesmo sabendo que vou boiar nos papos. Ter lho é maravilhoso, mas se for consciente é melhor ainda. Principalmente para a criança.
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Marcos Piangers manda recado para quem pensa em ser pai: “Não tenha filhos”
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Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, é jornalista, palestrante. Nesse mês, ele explica porquê não devemos ter filhos.
É possível ser feliz sem filhos? Claro que sim. Esses dias me perguntaram se não ter lhos seria um ato de egoísmo. Não acho que seja. Acho que um filho nos ensina muitas coisas e, sem dúvida, transforma aqueles que estão dispostos a mudar. Mas egoísmo de verdade é quando temos filhos e decidimos não nos dedicar a isso.
“Mas eu não tenho tempo”, diz um pai. “Estou na correria do dia a dia”, diz outro. “Preciso cuidar das minhas coisas”, diz uma. “Tenho a prestação do carro”, diz outra. Não estou falando de pais que rebolam pra fazer tudo ao mesmo tempo e querem estar mais perto dos filhos. Estou falando de pais que não querem estar perto dos filhos. Então, não tenha filhos.
Uma proprietária de creche me contou que um pai chegou ao ponto de pedir pra abrir a escola sábado e domingo, pra deixar o filho lá no final de semana também. “Trabalho a semana toda e no fim de semana preciso descansar!”, disse ele.
Não tenha filhos se você não tem tempo, se não tem amor, se não tem noção da responsabilidade que é ter lhos. Não tenha lhos se está muito cansado, se não tem saco pra lidar com criança. Não tenha filhos se seu trabalho é mais importante que sua família. Então, não tenha filhos,
Ter filho se tornou uma moeda social, que algumas pessoas têm pra experimentar, mostrar pros outros, colocar fotos no Instagram. Mas não tenha. Se não tiver tempo, paciência e dedicação, não tenha. Seja feliz sem filhos.
Se você já tem, então crie. Crie com todo amor e carinho. Crie com menos gastos e mais tempo junto. Filhos exigem reorganizar tudo o que você estava fazendo. Dura uns vinte anos. Vai passar rápido. Quando você menos esperar eles crescem e vão embora.
Você vai ter vivido a maior experiência de uma vida. Mas se lê tudo isso e sente que não é pra você, vai por mim: não tenha filhos.
Ana Cardoso, mãe de Anita e Aurora, é jornalista, socióloga. Esse mês, ela fala sobre a importância de decidir.
Depois de ter filhos, ou adotá-los, uma coisa é certa: sua vida nunca mais será a mesma. Você vai acordar mais vezes durante a noite. Sentir dores e febres que estão em outro corpo. Deixar de fazer coisas que você gosta e conhecer universos que nem imaginava que existiam, como desenhos animados chatos pra caramba.
Eu nunca tinha percebido a pressão que muita gente sente para ter filhos. Até porque, tive as minhas, relativamente cedo (engravidei pela primeira vez aos 26 anos), sem planejar. No último dia das mães, recebi de diversas pessoas, textos falando sobre a frustração que sentiam por não serem mães. Solteiras, casadas ou fazendo tratamento para engravidar. Todas tristes porque não eram mães.
Pela primeira vez na vida, senti o status da maternidade. Que estou num padrão: mulher de 40, mãe de duas. E entendi a dor, ou a cobrança, de quem não é e sente que – por algum motivo – deveria ser. Se eu não tivesse lhos, como me sentiria no dia das mães?
No Brasil, a política de direitos reprodutivos é muito fraca. Milhares de mulheres não têm acesso à contracepção eficiente. Seria muito ingênuo supor que toda criança que nasce é desejada*. Por outro lado, tem gente com dificuldade para engravidar que não pode pagar ou não dá sorte com processos de reprodução assistida.
De acordo com o relatório da ONU, “O poder de escolha – direitos reprodutivos e a transição demográfica”, de 2018, Em nenhum país do mundo, a população (e seus indivíduos) está 100% satisfeita com a sua reprodução. Países com alta fecundidade geralmente apresentam extrema pobreza, mortalidade materna e infantil altas e sobrecarga nas instituições de saúde.
Em contrapartida, a baixa fecundidade está associada a populações que estão envelhecendo, o que traz preocupações com a previdência social e o crescimento econômico no futuro.
As políticas públicas para a reprodução de uma população têm um impacto profundo na felicidade, na economia e na qualidade da educação que se é disponibilizada para os “infantes”. Da porta de casa pra dentro, todo mundo tenta dar o seu melhor, não duvido disso. Racionais que somos, precisamos parar de falar de ter filhos como um milagre mágico. O poder de decisão está nas nossas mãos. Nas de uns mais do que de outros, mas quem sabe um dia não ampliamos essa autonomia para toda a população?
De minha parte, não julgo, não pergunto quando vem o segundo e se me convidam para o aniversário do pet, vou bem faceira, mesmo sabendo que vou boiar nos papos. Ter lho é maravilhoso, mas se for consciente é melhor ainda. Principalmente para a criança.
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Marcos Piangers sobre o Dia dos Pais: “O melhor lugar do mundo é ao lado das minhas filhas”
Marcos Piangers manda recado para quem pensa em ser pai: “Não tenha filhos”
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Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, é jornalista, palestrante. Nesse mês, ele explica porquê não devemos ter filhos.
É possível ser feliz sem filhos? Claro que sim. Esses dias me perguntaram se não ter lhos seria um ato de egoísmo. Não acho que seja. Acho que um filho nos ensina muitas coisas e, sem dúvida, transforma aqueles que estão dispostos a mudar. Mas egoísmo de verdade é quando temos filhos e decidimos não nos dedicar a isso.
“Mas eu não tenho tempo”, diz um pai. “Estou na correria do dia a dia”, diz outro. “Preciso cuidar das minhas coisas”, diz uma. “Tenho a prestação do carro”, diz outra. Não estou falando de pais que rebolam pra fazer tudo ao mesmo tempo e querem estar mais perto dos filhos. Estou falando de pais que não querem estar perto dos filhos. Então, não tenha filhos.
Uma proprietária de creche me contou que um pai chegou ao ponto de pedir pra abrir a escola sábado e domingo, pra deixar o filho lá no final de semana também. “Trabalho a semana toda e no fim de semana preciso descansar!”, disse ele.
Não tenha filhos se você não tem tempo, se não tem amor, se não tem noção da responsabilidade que é ter lhos. Não tenha lhos se está muito cansado, se não tem saco pra lidar com criança. Não tenha filhos se seu trabalho é mais importante que sua família. Então, não tenha filhos,
Ter filho se tornou uma moeda social, que algumas pessoas têm pra experimentar, mostrar pros outros, colocar fotos no Instagram. Mas não tenha. Se não tiver tempo, paciência e dedicação, não tenha. Seja feliz sem filhos.
Se você já tem, então crie. Crie com todo amor e carinho. Crie com menos gastos e mais tempo junto. Filhos exigem reorganizar tudo o que você estava fazendo. Dura uns vinte anos. Vai passar rápido. Quando você menos esperar eles crescem e vão embora.
Você vai ter vivido a maior experiência de uma vida. Mas se lê tudo isso e sente que não é pra você, vai por mim: não tenha filhos.
Ana Cardoso, mãe de Anita e Aurora, é jornalista, socióloga. Esse mês, ela fala sobre a importância de decidir.
Depois de ter filhos, ou adotá-los, uma coisa é certa: sua vida nunca mais será a mesma. Você vai acordar mais vezes durante a noite. Sentir dores e febres que estão em outro corpo. Deixar de fazer coisas que você gosta e conhecer universos que nem imaginava que existiam, como desenhos animados chatos pra caramba.
Eu nunca tinha percebido a pressão que muita gente sente para ter filhos. Até porque, tive as minhas, relativamente cedo (engravidei pela primeira vez aos 26 anos), sem planejar. No último dia das mães, recebi de diversas pessoas, textos falando sobre a frustração que sentiam por não serem mães. Solteiras, casadas ou fazendo tratamento para engravidar. Todas tristes porque não eram mães.
Pela primeira vez na vida, senti o status da maternidade. Que estou num padrão: mulher de 40, mãe de duas. E entendi a dor, ou a cobrança, de quem não é e sente que – por algum motivo – deveria ser. Se eu não tivesse lhos, como me sentiria no dia das mães?
No Brasil, a política de direitos reprodutivos é muito fraca. Milhares de mulheres não têm acesso à contracepção eficiente. Seria muito ingênuo supor que toda criança que nasce é desejada*. Por outro lado, tem gente com dificuldade para engravidar que não pode pagar ou não dá sorte com processos de reprodução assistida.
De acordo com o relatório da ONU, “O poder de escolha – direitos reprodutivos e a transição demográfica”, de 2018, Em nenhum país do mundo, a população (e seus indivíduos) está 100% satisfeita com a sua reprodução. Países com alta fecundidade geralmente apresentam extrema pobreza, mortalidade materna e infantil altas e sobrecarga nas instituições de saúde.
Em contrapartida, a baixa fecundidade está associada a populações que estão envelhecendo, o que traz preocupações com a previdência social e o crescimento econômico no futuro.
As políticas públicas para a reprodução de uma população têm um impacto profundo na felicidade, na economia e na qualidade da educação que se é disponibilizada para os “infantes”. Da porta de casa pra dentro, todo mundo tenta dar o seu melhor, não duvido disso. Racionais que somos, precisamos parar de falar de ter filhos como um milagre mágico. O poder de decisão está nas nossas mãos. Nas de uns mais do que de outros, mas quem sabe um dia não ampliamos essa autonomia para toda a população?
De minha parte, não julgo, não pergunto quando vem o segundo e se me convidam para o aniversário do pet, vou bem faceira, mesmo sabendo que vou boiar nos papos. Ter lho é maravilhoso, mas se for consciente é melhor ainda. Principalmente para a criança.
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