Marido de Walewska fala pela 1ª vez e conta que família da jogadora o impediu de ir ao velório

O marido da jogadora de vôlei Walewska Oliveira falou pela primeira vez desde a morte da atleta, que aconteceu na quinta-feira, 21 de setembro, depois de uma queda do 17º andar do prédio onde morava, em São Paulo. Segundo o preparador físico Ricardo Alexandre Mendes, ele não foi ao funeral porque a família da jogadora o impediu.

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“Me tiraram o direito de me despedir do amor da minha vida”, afirmou, em entrevista ao UOL. Diferente do que familiares disseram antes, Ricardo ainda falou que estava pronto para ir ao velório, que aconteceu em Minas Gerais, quando recebeu a orientação para não ir. “Estava com o bilhete aéreo emitido, um amigo da família disse que os pais dela orientaram eu não ir, até para preservar a todos pelo clima da tragédia”.

O irmão de Walewska, Wesley, chegou a afirmar que o cunhado ainda não contribuiu em nada com o funeral, incluindo apoio financeiro. “Ninguém ligou para falar de valores. Pretendo restituir tudo. Não tive condições psicológicas de reconhecer o amor da minha vida, que está morta”, justificou-se Ricardo.

Os dois estavam juntos há 20 anos, e na noite anterior à morte da atleta, eles tiveram uma “pequena discussão” e que o relacionamento “não era mais o mesmo” há pelo menos dois anos. “Ela me questionou que eu estava estranho e distante, eu respondi que não dava pra continuar onde não havia mais amor entre homem e mulher. Ela ficou introspectiva, ficou quieta e fomos dormir. A gente se amava, eu esperava ela aceitar a separação numa boa”, contou.

Irmão não suspeitava de depressão

Wesley disse que viu a irmã no aniversário dele, que aconteceu no sábado, dia 16 de setembro. Para o UOL, Wesley contou que não suspeitava que a irmã poderia tirar a própria vida. O pai e mãe de Walewska também disseram que nunca imaginaram que a filha tomaria ação desse tipo.

Wesley contou que tem apenas lembranças da irmã feliz: “Minha irmã era uma atleta perfeita, completa, líder, amada por todas as jogadoras. Uma pessoa unânime, que puxou para o meu pai. Escutei de muitas atletas, hoje durante o velório, que ela tinha sido um exemplo”. Fora isso, também cogitou não comemorar o aniversário, que foi a última vez que eles se viram: “Eu nem ia fazer meu aniversário, e decidi fazer. Eu fiz a festa, ela foi, e não imaginava que seria a nossa despedida. Ela estava linda, maravilhosa, feliz, não tinha nada que pudesse levantar alguma hipótese de depressão. Eu nunca vi a minha irmã estressada. Ela estava sempre feliz. Tenho fotos lindas, dela sorrindo no dia do meu aniversário. Uma felicidade, um dia maravilhoso, tudo perfeito, não tinha nada de errado. Ela escreveu uma carta para mim, e o que fica agora como uma linda lembrança”.

Pais de Walewska estiveram com filha dias antes da morte: “Ela estava ótima”

Walewska Oliveira, jogadora de vôlei, faleceu na última quinta-feira, dia 21 de setembro. O velório da atleta ocorreu neste sábado, dia 23 de setembro, em Minas Gerais, sem o marido Ricardo Alexandre Mendes. O evento foi fechado apenas para amigos e familiares.

Para a UOL, a mãe de Walewska contou como foram os últimos dias com ela. Dona Maria Aparecida Moreira e Walewska haviam se visto no último sábado, dia 16 de setembro, para comemorar o aniversário do irmão de Wal, chamado Weslley. A mãe também contou que, apesar das dificuldades no relacionamento descritas por Ricardo, ele também estava presente.

Dona Maria conta: “Estávamos em São Paulo no aniversário do meu outro filho. Ela estava com o marido, Ricardo, estávamos todos juntos, em família. Minha filha estava alegre, serena, tranquila. Não entendo o que aconteceu. Vou sentir muita falta. Filha amada, muito querida. A gente vai ter que superar, vai ser muito difícil”. Além disso, afirma que não viu nada incomum na filha: “Não senti nada de diferente. Ela estava feliz, nada que eu pudesse suspeitar de algo errado ou que algo não ia bem”

Já o pai de Walewska, Geraldo Vieira de Oliveira, contou que Weslley conseguiu estudar ciências aeronáuticas enquanto morava com ela no Paraná. Além disso, também afirmou que não notou nada incomum: “A gente conhece os filhos no olhar, no sorriso, sabe quando tá feliz e satisfeito. Ela estava ótima, sorriso com o coração. Tem muita coisa pra lembrar. Minha filha será lembrada em tudo e pelo legado que ela deixou”.

O que aconteceu

A atleta, que caiu do 17º andar em seu apartamento em São Paulo, na região da Avenida Paulista, se aposentou em 2022, no Praia Clube, clube com sede em Uberlândia que tem destaque nacional pelo esporte praticado por ela. A ex-jogadora estava na capital paulista para divulgar a sua biografia “Outras Redes: A trajetória de uma atleta de sucesso e o despertar de novas jornadas”, além do lançamento de uma linha de chocolates saudáveis.

A Confederação Brasileira de Voleibol se manifestou em seu perfil oficial no Instagram. “Com tristeza e imenso pesar, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) recebeu a notícia do falecimento da campeã olímpica Walewska na noite desta quinta-feira”, escreveram.

Na publicação, o órgão falou sobre a atuação de Walewska como atleta. “Central de excepcional talento, Walewska defendeu por muitos anos a seleção brasileira feminina. Além da medalha de ouro nos Jogos de Pequim 2008, foi bronze em Sydney 2000, conquistou três títulos do Grand Prix, os Jogos Pan-Americanos de 1999 e a Copa das Campeões de 2013”, lembraram.

Ao fim, uma fala do presidente da Confederação foi adicionada. “‘Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada. Neste momento tão difícil, a CBV se solidariza com a família e os amigos desta grande jogadora’, diz o presidente da CBV, Radamés Lattari”, finalizaram.

Walewka também era especialista em liderança e alta performance, como diz a biografia em seu perfil no Instagram. Além de ter um documentário chamado “O Último Ato”, e um podcast, o OlympicMind. A morte da ex-atleta está sendo investigada e será apurada com suspeitas de suicídio.

Prevenção ao suicídio

O Centro de Valorização da Vida (CVV) atende de forma gratuita todas as pessoas que precisam conversar, atuando no apoio emocional e na prevenção do suicídio. A chamada é totalmente sigilosa e o contato pode ser feito por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. Por telefone, basta ligar para o 188.

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