
Na madrugada do domingo, 16 de julho, uma confusão no Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, no bairro de Irajá na Zona Norte do Rio de Janeiro, causou a prisão de André Luiz do Nascimento Soares, de 48 anos, e sua filha, Samara Kiffini do Nascimento Soares, de 23 anos.
A violência se iniciou após a demora no tempo de espera para ser atendido na unidade de saúde. O pai e Samara estavam no local desde as 03h30 da manhã, quando André deu entrada com um leve machucado na mão esquerda. Porém, foram informados que precisariam aguardar, já que haviam pacientes em estado de emergência que precisavam de atendimento.
Eles agrediram a médica Sandra Bouyer, que trabalha na rede pública de saúde há 30 anos. Em entrevista ao portal UOL, ela explicou os motivos que levam ela a continuar na rede pública mesmo após o episódio de agressão.

Ela explicou que a escolha pela medicina foi por “vocação” e que “foi muito difícil viver tudo aquilo”, ela ficou surpresa ao ser agredida e não imaginava um dia se tornar vítima “vendo tanto ódio e violênica”.
O pai e a filha invadiram o local destinado para atender pessoas em estado grave, a Sala Vermelha. No local, assustaram pacientes diagnosticados com infarto e André deu um soco na boca de uma médica plantonista. A profissional de saúde teve um corte interno e precisou levar cinco pontos.

Sandra ainda falou sobre a morte de uma paciente que decorreu da confusão causada no hospital: “Tivemos também um óbito por conta de tudo isso, o que nos entristece ainda mais. Foi uma situação horrível, ninguém quer passar por isso, mas é muito importante denunciar qualquer tipo de agressão e encorajo os médicos a não se calarem.”, disse ela ao UOL.