Menina com Síndrome de Tourette, que a faz xingar ‘sem querer’, pede ajuda e viraliza nas redes sociais

Durante a adolescência, Victoria Nobre Fernandes, de 15 anos, precisa lidar com uma condição clínica nomeada por Síndrome de Tourette. Ela soube que sofria com esse diagnóstico em setembro de 2021, quando foi analisada por um neurologista, que identificou os sintomas e os relacionou a essa possibilidade. De forma involuntária, a menina reproduz sons, palavras e xingamentos, além de gestos corporais que muitas vezes a machucam.

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Victoria Nobre Fernandes mora no Guarujá, litoral de São Paulo, junto da mãe, Lucineide Nobre Bispo, de 57 anos. Em entrevista ao G1, a mãe comentou que já largou o trabalho para cuidar da filha. Segundo ela, as redes sociais auxiliam a trajetória da filha, que se sente incentivada pelos seguidores. Entretanto, também comenta que existem algumas contas que não entendem a doença e demonstram comportamento agressivo: “As pessoas precisam ter noção sobre esse problema e respeitar o ser humano. Ela é uma adolescente, não é uma usuária de drogas, ela não está fingindo”.

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A adolescente garante que o objetivo em produzir vídeos para o TikTok, nos quais fala sobre o diagnóstico, é alcançar mais pessoas diante da conscientização da Síndrome de Tourette: “Quero que as pessoas se conscientizem sobre essa síndrome. Muitos julgam sem entender. Me sinto vítima [da ignorância de alguns seguidores]”. A menina viralizou com um dos registros nas redes, e já alcançou mais de 3 milhões de visualizações.

Em desabafo, a menina afirma: “Não gosto de viver com a [síndrome de] tourette. Ela me machuca bastante, me atrapalha no dia a dia. É difícil conviver com ela”. A mãe também se demonstra fragilizada diante da condição da filha: “A síndrome da Victória é terrível. Ela se machuca. Tenho que correr e segurar a mão dela, o pescoço dela. É horrível. A machuca e me machuca quando vejo. Dói muito”.

Apesar das complicações, o médico neurologista Edson Amâncio traz uma boa perspectiva diante da Síndrome de Tourette: “Ela se manifesta na infância e adolescência, mas pode desaparecer completamente no início da fase adulta ou pode persistir durante toda a vida, mas geralmente quando persiste é com gravidade reduzida, e pode ser intermitente, em que passa uma longa temporada sem tique nenhum e de repente volta”.

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