No caminho da escola, mãe e filho de 7 anos foram surpreendidos por bandidos, na última sexta-feira, dia 13 de agosto, no Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Tatiana Carvalho, de 40 anos de idade, contou que os criminosos estavam armados e aterrorizaram o menino, que ficou traumatizado.
Assim que chegaram em casa e contaram aos familiares do ocorrido, a avó da criança deu papel e lápis coloridos para o menino desenhar e se distrair. Quando ficou pronto, a família percebeu que o menino tinha ilustrado a exata cena do assalto.
No desenho, a mãe aparece com as mãos para alto, sendo ameaçada pelos criminosos que apontam armas para ela. Existe um balão de fala sobre um dos bandidos que diz: “Mata ela”.
Assalto
Ao portal G1, a mãe contou: “Eu demorei a entender o que estava acontecendo. De repente, a gente foi interpelado por uma moto com dois homens de capacete, eles falaram alguma coisa, eu não entendi e ainda dei uns dois passos para frente, até que eles começaram a gritar que era um assalto, ‘perdeu!’ ,e eu fiquei desesperada”.
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Tatiana ficou paralisada. A demora para entregar a bolsa provocou uma reação agressiva dos assaltantes. Um deles pegou arma e apontou na direção da mulher, não se importando com a presença da criança logo ao lado da mãe. Ela falou: “Como eu demorei a entender, eu acho que eu demorei a entregar a bolsa pois, naquele momento de nervoso, quando eu fui entregar a bolsa, o que estava na frente começou a gritar para o carona: ‘Mata ela! Mata ela! Mata ela!’, e meu filho se agarrava mais em mim”.
A mulher desabafou: “Foram segundos. Os piores segundos da minha vida. Como mãe, eu sempre me senti uma supermulher, que consigo proteger meu filho, colocá-lo em primeiro lugar. Eu me senti extremamente vulnerável, e ali tinha quase certeza de que ia morrer”.
Querendo proteger o filho, ela jogou a bolsa em direção aos criminosos e correu, mesmo sabendo que poderia ser atingida pelas costas. Na fuga, os dois desviaram de um carro e Tatiana chegou a cair, ficando ferida. Ela foi atendida em uma UPA.
A mãe contou: “Eu já tinha conversado com o meu filho sobre situações dessas, até porque, umas três semanas atrás, voltando com ele da academia onde eu faço atividade física, a gente presenciou um assalto do outro lado da calçada e ele ficou muito nervoso. A gente acelerou o passo e entramos em uma lanchonete. Eu conversei que, se acontecesse alguma coisa desse tipo com a gente, era para que ele ficasse quietinho, não reagisse, não falasse nada”.
O menino fez um outro desenho ilustrando como seria o céu, se Tatiana tivesse tomado tiros naquele assalto. Ele desenhou Deus, anjos, Maria, José, São Pedro e animais da família que já partiram. A criança explicou que é para lá que a mãe iria se tivesse morrido.
Tatiana registrou o caso na 24ºDP por meio de uma ocorrência on-line. Segundo a Polícia Civil ela ainda precisou comparecer à delegacia para prestar mais esclarecimentos sobre o crime. A mãe afirmou: “Eu estou com muito medo, ele também. Ele não quis ir para a escola no dia. Ainda não quer ir para a escola, só quer ficar comigo e estou me sentindo extremamente impotente. Confesso que tenho medo de sair com ele. Eu sempre me achei segura, aquela coisa de mãe proteger os filhos. Eu estou bastante abalada”.
