Rebecca Sharrock, uma mulher de 34 anos, é palestrante pública em Brisbane, Austrália e possui uma condição neurológica rara. Sua memória é considerada como autobiográfica altamente superior (H-SAM), permitindo que ela lembre de boa parte da sua vida com detalhes. Apenas 62 pessoas no mundo possuem essa condição.

Apesar da sua memória mais antiga ser de quando ela tinha apenas 12 dias de vida, Rebecca diz que se lembra de quando ela ainda era um feto no útero da mãe. A palestrante precisa de terapia para lidar com a condição, porém, ela diz que faz bom uso da sua capacidade, conseguindo se tornar fluente em dois idiomas nas últimas 10 semanas.
“Minha mente é incapaz de deixar de lado o ‘lixo’ do passado. Minha memória mais antiga é possivelmente de quando eu era um feto no útero”, disse Rebecca ao explicar que se lembra de aproximadamente 95% de tudo que já aconteceu em sua vida.
A sua memória mais antiga está datada no dia 23 de dezembro de 1989, quando ela tinha apenas 12 dias de vida e estaria no útero da sua mãe. “Tenho essa lembrança de eu estar espremida, com a cabeça enfiada entre as pernas. Pesquisadores me disseram que isso poderia ter sido de quando eu estava no útero. Ou poderia ter sido no nascimento”, explicou a palestrante sobre a recordação

Durante a investigação para descobrir o que ela tinha, Rebecca diz que já foi diagnosticada com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) aos 16 anos, pois ela revivia experiências passadas com frequência. Foi só aos 21 anos que a jovem foi diagnosticada corretamente com H-SAM.
Essa condição pode causar diversos problemas na saúde mental de uma pessoa, no caso de Rebecca, ela precisa tratar a insônia, ansiedade e depressão. “É essencialmente uma condição médica que causa problemas na minha vida diária. Todos esses flashbacks que passam pela minha mente são constantes e, ao longo deles, eu sinto insônia. Minha mente nunca vai ficar quieta. Eu tenho que ouvir música clássica antes de dormir — isso mantém minha mente longe de flashbacks. Mas, às vezes, se minha mente é muito caótica, a música clássica não funciona, então eu tomo um medicamento que foi prescrito pelo meu médico”, explicou Rebecca.