Quando se tem um filho, é comum que os pais sejam – ao menos no começo – protetores. No entanto, a superproteção dos pais pode ter reflexos na vida das crianças no futuro delas. Uma pesquisa realizada com mais de mil idosos britânicos que nasceram em 1950 e 1960 aponta que os homens que tiveram uma certa proteção ‘a mais’ do pai, perdem autonomia quando mais jovens e tem um maior risco de morte antes dos 80 anos.
Já, as mulheres tiveram números mais alarmantes, sendo 22% de chance de falecer antes dos 80 com o convívio em que pais são super protetores. Essa pesquisa foi divulgada pela revista Scientific Reports e feita por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos e pela University College London.

Outros dados levantados são que, mulheres que tem um grande cuidado por parte das mães, tem um menor risco, de 14%, de morrer antes do que aquelas crianças que não tiveram um cuidado. Além disso, homens que conviveram com somente uma figura – ou o pai ou a mãe – tem 179% de chance de morrer antes dos 80 em relação a aqueles que viveram com os dois.
Seu filho deve ter autonomia
Você já parou para pensar sobre o quanto de autonomia dá ao seu filho? Você se considera uma mãe superprotetora ou acha que protege na medida certa? Mas, pera aí, o que é dar autonomia para uma criança? Quando isso começa? Como dá para saber se estamos mesmo exagerando na proteção, já que o mundo anda tão perigoso? Todas essas dúvidas também passaram pela nossa cabeça e é por isso que vamos te ajudar a entender melhor cada uma dessas atitudes, para que você mesmo possa definir o seu posicionamento e saber se acha que precisa mudar ou não!
Dar autonomia para as crianças não significa que elas podem sair por aí fazendo o que querem, a qualquer hora. A criança precisa de limites. E isso não tem idade exata para começar: “Desde bebê é possível incentivar a autonomia de uma criança. Para isso, estimule algumas ações simples, como deixar que ela monte um brinquedo sozinha ou que se segure em um móvel e possa levantar sem a ajuda de alguém”, afirma Fabiane Gori Curvo, filha de Joaquim e Flávia, psicóloga. As pequenas tarefas do dia a dia também são oportunidades para promover mais independência para as crianças.

“É automático os pais fazerem pelas crianças coisas que elas já sabem fazer. Conforme o tempo vai passando, eles acabam não percebendo que as crianças já são capazes de fazer sozinhas. Isso acaba acomodando a criança”, explica Melina Amarins, filha de Hamilton e Adelaida – psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein. O seu filho está sempre em desenvolvimento, então preste atenção nos sinais que mostram que ele está crescendo e que já tem habilidade para desempenhar uma atividade.
Mas, lembre-se que dar autonomia para as crianças não significa que elas podem fazer o que querem, a qualquer hora. A criança precisa receber limites! Além disso, para que as crianças possam ter autonomia, os pais precisam estar próximos e presentes. É essencial que elas vivam o processo para que se sintam amparadas e preparadas. Estimular a independência do seu filho é mesmo um desafio.