Um evento promovido pela Plataforma Mulheres Inspiradoras, que trouxe à tona discussões cruciais sobre a paternidade ativa e a equidade de gênero, aconteceu nesta terça-feira, 5 de março.
Com a presença de Marcos Piangers, embaixador da CoPai (Coalizão Licença Paternidade) e colunista da Pais&Filhos, e do jornalista Felipe Andreoli, o evento destacou a importância da participação dos homens na discussão sobre direitos parentais.
Entre os presentes na plateia estavam personalidades como a apresentadora da TV Globo Valeria Almeida, a advogada Anne Wilians e a CEO da B2Mamy, Dani Junco, além de Lívia e Marco Amaral, Presidente do Tivoli Mofarrej.
A abertura do evento ficou por conta da cantora Sarah Renata, que apresentou uma composição exclusiva sobre a paternidade. O jornalista Felipe Andreoli compartilhou suas experiências como pai e ressaltou a importância de estar presente na vida dos filhos, destacando que os detalhes cotidianos são essenciais para construir uma conexão genuína.
O painel mediado por Geovana Quadros abordou o “novo modelo de paternidade e seu impacto na vida de mulheres e homens no mercado de trabalho”, contando com depoimentos de Marcos Piangers e Daniel Mazini, que trouxeram reflexões sobre a participação paterna nos setores corporativo e público.
A presidente da CoPai, Camila Bruzzi, apresentou dados relevantes sobre a licença-paternidade no Brasil, argumentando sobre os benefícios tanto para as crianças quanto para a sociedade em geral. Destacou ainda a importância da extensão desse benefício para reduzir desigualdades, especialmente para mulheres negras.
“Quando os pais têm a chance de ficar mais tempo com os filhos desde o início, cria-se um vínculo mais forte e duradouro. isso ajuda tanto no melhor desenvolvimento da criança e fortalecimento da família, quanto em reduzir a sobrecarga da responsabilidade de cuidado e abrir portas para as mães continuarem suas carreiras sem tantos obstáculos. E olha só, isso não é apenas um luxo para alguns, para muitos é uma necessidade, especialmente para as mulheres negras que enfrentam barreiras adicionais”, declarou.
Eco Moliterno, Chief Creative Officer na Accenture Song América Latina, encerrou o evento relembrando as falas importantes dos participantes e expressou sua confiança em um futuro com pais mais presentes na vida de seus filhos. O evento representou um passo significativo na promoção da igualdade de gênero e no reconhecimento da importância da paternidade ativa na sociedade contemporânea.
CoPai: conheça a coalização que defende licença-paternidade estendida, remunerada e obrigatória
A licença-paternidade é um direito constitucional, previsto na legislação como um benefício ao pai, é um afastamento do trabalho que pode acontecer logo após o nascimento, ou processo de adoção. Contudo, esse período, atualmente, corresponde a 5 dias.
Pensando no impacto desse momento para o vínculo entre pais e filhos, surgiu a Coalizão Licença Paternidade, união de pessoas, coletivos e instituições que defendem a regulamentação da licença-paternidade estendida, remunerada e obrigatória.
Todos os membros são voluntários, pois acreditam na causa e acreditam que essa é uma causa de todos, uma vez que enfatizam que a licença-paternidade é fundamental pelo direito da criança de ter mãe e pai presentes; pelo direito dos pais de terem vínculos afetivos com os filhos; pelo fortalecimento da relação familiar; para estimular a divisão de cuidado entre mães e pais.
Ana Sofia Guerra, psicanalista, psicóloga, filha do deputado Alceni Guerra, autor da Licença Paternidade, tendo nascido no ano da Assembleia Nacional Constituinte e inspirado a Licença; Douglas Strelow, assessor de Marcos Piangers, pai de Miguel e Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, jornalista, a maior referência quando o assunto é paternidade, fazem parte da Coalização.
Em participação durante o podcast do 16º Seminário Internacional Pais&Filhos, eles deram mais detalhes sobre a iniciativa. Ana Sofia falou sobre o marco do projeto do pai: “O que pega aí é que minha mãe de fato teve um problema no parto, ela ficou internada por 40 dias, ela não tinha como voltar para a casa e eu estava em casa. Então também teve esse viés muito pessoal”.
E essa atitude tão particular teve um impacto social e estudos apontam esses benefícios, uma vez que pais presentes e cuidadores geram filhos que serão cidadãos mais saudáveis emocionalmente e produtivos. Assim como empresas que oferecem essa licença também apresentaram maior retenção de funcionários e produtividade.
Piangers fez questão de pontuar: “Hoje a gente colhe os frutos da decisão de alguns homens do passado que disseram ‘o pai é importante também'”. Douglas complementou: “A licença-paternidade acaba catalizando uma série de outras demandas. Ela é a porta de entrada para uma série de outras coisas”.
Qual o objetivo desse movimento? Que seja oferecida uma licença-paternidade 100% remunerada e custeada pelo Estado (para estimular uma verdadeira adoção da prática), garantia de emprego (estabilidade), sem redução na licença-maternidade (que segue sendo crucial para a saúde da mãe e do bebê), primeiras semanas da licença no momento do nascimento (para um real apoio à mãe no puerpério), período adicional a ser gozado ao longo do primeiro ano (para o pai ter a oportunidade de atuar como cuidados principal em período não comitante à licença-maternidade.
Você também pode apoiar essa causa, tornando-se um signatário CoPai, divulgação a Co-Pai, oferecendo recursos ou contatos, trabalhando de forma voluntária, indicando novos membros. Saiba mais informações aqui.