Na quinta-feira, 20 de julho, dois irmãos de 6 e 9 anos de idade pularam do segundo andar em um prédio no bairro de Recreio das Acácias, na zona sul de Ribeirão Preto, em São Paulo, após a chegada do Conselho Tutelar que foi acionado pelos vizinhos.
De acordo com informações divulgadas pelo portal g1, a mãe dos meninos falou que não quer perder os seus filhos. “Eu quero ver os meus filhos, eu quero estar com eles. Não quero perder eles pra nada. Eu perco o sentido da vida, porque eu corro atrás por eles”, ela disse.
Geslaine Thomaz Castilho saiu para trabalhar e deixou os filhos sozinhos porque não tinha com quem os deixar. A denúncia foi feita por maus-tratos, violência doméstica e cárcere privado.
“Ela está criando os filhos sozinha, sem apoio do estado, sem apoio do município, que não têm uma creche pra oferecer, não têm uma escola em tempo integral. O que uma mãe dessa faz? Deixa os meninos morrerem de fome? Deixa os meninos ao relento? Não, ela optou por trabalhar e proteger os meninos”, disse o advogado da mãe o g1.
A mãe procurou o próprio Conselho Tutelar para matricular os meninos em uma escola integral, mas a sua solicitação não foi atendida até então.
A conselheira tutelar Marlene Colombo disse que tudo o que foram apurar foi constatado, e que as crianças estavam trancadas dentro do apartamento. “As crianças estavam em cárcere privado”, ela relatou para a EPTV.
Ela ainda falou que não percebeu que os irmãos tinham a intenção de pular, enquanto falava com eles. “Eu acredito que as crianças se assustaram porque temos a informação de que a própria mãe já as amedrontava dizendo que ia entregá-las para o conselho. Acho que foi aí que, de alguma forma, eles acharam que iam ser levados pelo conselho”, contou.
Marlene também afirmou que eles têm marcas de violência pelo corpo e, por isso, passaram por um exame de corpo de delito.
“A conselheira observou que a casa tinha higiene precária e que havia pouca alimentação”, informou a delegada Patrícia de Mariane Buldo, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
Segundo o G1, a mãe disse em depoimento que uma vizinha a auxilia mandando as crianças para a escola e que os recebe quando ela não está. Além disso, também alegou que deixou café da manhã preparado para os filhos e que retornaria às 11h para dar almoço para eles.
O pai das crianças mora em Santa Catarina e ele e Gislaine são divorciados. O Conselho Tutelar deve acioná-lo para acolher os meninos que, enquanto isso, ficarão sob a guarda de uma tia provisoriamente.
O irmão mais velho já está com a mulher e o mais novo ainda passará por uma cirurgia no pé, devido a queda. Ambos tiveram ferimentos leves.
A mãe foi liberada após prestar esclarecimentos à Polícia Civil e deverá ser investigada por suspeitas de abandono de incapaz e maus-tratos.