Aqui na minha casa Natal é muito curtido, esperado, festejado, tudo de bom; mas tem data pra começar e acabar. Montamos a árvore no dia 1º de dezembro e só desmontamos no dia 6 de janeiro, Dia de Reis. Esse negócio de Natal começar em outubro me dá a maior aflição! Fica comprido demais. Não precisa. Perde o sentido.
Nossa árvore é uma árvore artificial, americana, comprada pela internet tem uns seis anos. Não custou muito caro e acabei achando que era mais vantagem… Passei a vida montando única e exclusivamente árvores naturais, imensas (eu era super-rígida nesse item), mas no final me rendi às evidências: elas secam, ficam feias, pinicam pra caramba na hora de arrumar, e a cada ano ficam mais e mais caras. Desisti! Essa nova engana bem, bate um bolão e nem precisa falar do custo- benefício, certo? Gastei uma vez e pronto, acabou. Desmontada, ela mora numa caixa de plástico comprada na Kalunga que cabe perfeitamente na parte de cima de um armário (só ocupa uma porta, até que é um trambolho light).
Os enfeites são a atração e o nosso xodó. Eu e minha filha, Antonia, vamos comprando pela vida afora, um diferente do outro, a cada viagem. Delícia. Misturamos tudo com bolas antigas, de papel, herdadas da minha mãe.
Cada um é uma história, uma lembrança, uma etapa da vida. Quando Antonia era menor, inclusive, eu deixava ela fazer enfeites, desenhos, tudo o que ela queria colocar na árvore, podia. Essa é a graça. A árvore terminava parecendo uma Dona Olímpia de Ouro Preto revisitada ou um parangolé do Bispo do Rosário, sei lá, mas sempre a nossa cara. Acho superimportante deixar os filhos participarem de cada etapa da arrumação. Natal é festa de família e de criança. É deles, tudo para eles. Não gosto muito daquelas árvores temáticas, que parece que foram feitas por outra pessoa… E toda criança é criativa, inventa coisa bacana. Amo desenho de criança, são sempre lindos, o que é melhor? Um enfeite caro que qualquer um pode ter ou um “feito” pelo seu filho?
Eu adoro fazer coisas com minha mão, e “contaminei” a Antonia. Bolas de lã, de almofadinha, bordados, a gente vai fazendo também. Teve um ano que fizemos fios de pipoca para a árvore, que ficou linda.
Também gosto de decorar a casa. Desenhar nas janelas, encher a casa de luz e de velas, guirlandas, tudo o que a gente tem direito.
O que estou querendo te mostrar aqui, quando abro minha casa pra você, é só o meu jeito de comemorar o Natal. Você deve ter o seu. E isso que é bacana, que é o que eu mais curto. Você colocar a sua cara nessa arrumação, descobrir a sua forma de fazer a sua família participar. Natal é gostoso demais, gente! Como disse aqui no editorial, esperar Papai Noel é parte fundamental da infância. Muito mais do que qualquer presente! A expectativa, a curtição. Em casa deixávamos leite e biscoitos na janela para ele. Antonia sempre via ele chegando, a sombra das renas e a mágica se completava quando ela via que o leite tinha sido tomado e o biscoito comido. Muito bom mesmo!
Feliz Natal para você e para a sua família. Aproveite. E não se esqueça que criança muitas vezes prefere o papel do presente do que o presente em si. Tem lição de casa aí! Não é para pirar na febre consumista, mas, sim, é legal presentear quem a gente ama. Criança quer brinquedo, gosta de brinquedo. Natal é isso também, independente de religião. É esperar para abrir o presente, é festejar. Aliás, seu filho já mandou a carta dele para o Papai Noel? Aqui em casa a brincadeira começa com a carta. E tem que falar a verdade: se comportou bem? Foi um bom garoto durante o ano todo? Ah, então, tá… Se é assim, agora é só partir pro abraço!
Montando o presépio
Nessa onda de transformar a festa de Natal numa grande festa com muita brincadeira onde as crianças participam ativamente, a ideia é montar um presépio com os brinquedos que seus filhos já têm em casa. Convidamos a supertalentosa Patricia Sper, do Atelier Charlotterie, para fazer este da foto, só para servir como base de inspiração para você. Escolha um canto da casa, não precisa ser uma lareira, pode ser um caixote, que se transforma num nicho e pronto, o palco está formado. Depois, deixe as crianças escolherem cada brinquedo e já foi. Quanto mais desenhos deles, mais bonito vai ficar. Enquanto monta, a gente aproveita e conta história. Não precisa ser católico, o importante é a simbologia, o mito, as lendas familiares. Contar história é bom demais. E passar um tempo inventando moda com o filho, melhor ainda!