Eduardo Vinícius Galina, de 36 anos de idade, escolheu o avô para cruzar os convidados até o altar que oficializaria o matrimônio do neto com a esposa. Apesar do casamento ter ocorrido há 2 anos atrás, as lembranças com Harmelindo, que faleceu no final de outubro, com 92 anos, permanecem ainda vivas.
Há anos atrás, Dona Júlia, companheira de Harmelindo, não sobreviveu à doença de doença de Chagas. Apesar do viúvo pouco comentar sobre a avó de Bruno, a fidelidade do esposo durante 36 anos foi um dos fatores fundamentais para que convidassem o avô para ser o pajem.
“Pensamos nele por vários motivos e um deles era o fato de que ele foi leal a vida inteira. Nunca se relacionou com nenhuma outra mulher desde que ficou viúvo aos 36 anos e criou os cinco filhos com ajuda das irmãs” contou o neto em entrevista exclusiva para o G1.

Foi durante o tradicional almoço de domingo da família que Eduardo e Mayra, sua esposa, decidiram perguntar se o idoso aceitaria levar as alianças até o altar. “Como ele era bem sério e não demonstrava muita emoção, sorriu e disse ‘será que eu vou dar conta de chegar até lá?’” relembrou o neto.
Depois de 4 meses, chegou o dia tão esperado do casamento, e Harmelindo “chegou até lá”, em uma cerimônia a céu aberto que recebeu chuva. “Ele entrou segurando um guarda-chuva, o porta-aliança e veio se equilibrando”, completa Eduardo, que aparece chorando nas fotos.
As imagens do avô entrando no casamento ainda enchem de lágrimas os olhos de Eduardo. “Amor, amor, amor. Lembrar e saber que tudo o que eu pude aproveitar ao lado dele, eu aproveitei. Nos nossos churrascos de domingos, sempre pude conversar e estar perto dele. Harmelindo faleceu aos 92 anos de idade e foi sepultado ao lado da amada, Dona Júlia.