A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um novo Guia para alimentação complementar de bebês e crianças de 6 a 23 meses de idade, abrindo espaço para a inclusão de leite de vaca na dieta de crianças entre seis e onze meses que não são amamentadas. Anteriormente, a indicação era o uso exclusivo de fórmulas nessa faixa etária.
“Para bebês de 6 a 11 meses que recebem leites diferentes do leite materno, pode-se oferecer fórmula infantil ou leite de origem animal”, relatou a OMS. O documento sugere a inclusão de leite animal pasteurizado, leite reconstituído evaporado (mas não o condensado), leite fermentado e iogurte natural para essa faixa etária, o que contradiz as orientações de entidades médicas como a Sociedade Brasileira de Pediatria.
A Sociedade Brasileira de Pediatria reforça a necessidade do uso de fórmula caso o bebê não seja amamentado ou precise complementar o aleitamento materno. Estudos apontam potenciais prejuízos à saúde da criança ao introduzir o leite animal antes do primeiro ano de vida.
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No Guia Prático de Alimentação para crianças de zero a cinco anos, a Sociedade Brasileira de Pediatria alerta sobre os fatores negativos do leite de vaca antes do primeiro ano, como alto teor de gordura saturada, alto teor de proteína de difícil digestão e baixo nível de gorduras de boa qualidade.
Apesar da nova diretriz da OMS, as orientações de manter o aleitamento materno por dois anos ou mais, iniciar a introdução alimentar aos seis meses e oferecer uma dieta diversificada, com restrição de alimentos não saudáveis e açúcar, permanecem inalteradas.
A nova recomendação da OMS não é válida para bebês prematuros, de baixo peso no nascimento, que ainda estão na recuperação de deficiências neurológicas ou doenças graves.
