Dr. Jaiminho e Monique, padrasto e mãe de Henry Borel, fizeram depoimento de 12 horas sobre o acontecimento da segunda-feira, 8 de março. Os dois chegaram às 14h30 da última quarta-feira, 17 de março, na na 16ª Delegacia, na Barra da Tijuca. Na chegada, o casal não falou e os advogados do vereador também não deram declarações.
Ao Extra, Dr. Jairinho enviou uma nota em que disse “estar triste”, “sem chão” e “suportando a dor graças ao apoio da família e dos amigos”. “As autoridades apuram os fatos e vamos ajudar a entender o que aconteceu. Toda informação será relevante. Por isso, acho prudente primeiro dizer na delegacia a dinâmica dos fatos, até mesmo para não atrapalhar os trabalhos desenvolvidos”, complementou Jairinho no texto.
O relato da mãe durou mais de 7 horas, terminando por volta das 22h. Depois, foi ouvido o vereador, até por volta de 2h30 desta quinta-feira, 18 de março. O casal não falou com os repórteres.
Entenda o caso de Henry
Henry Borel, segundo o G1, não resistiu na madrugada da segunda-feira, 8 de março, na Barra de Tijuca, Zona Oeste do Rio. E o motivo do acontecimento está sendo investigada pela Secretaria de Polícia Civil. No dia, o menino estava na casa da mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida, e do padrasto, o vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
No depoimento à polícia o pai disse que passou o final de semana antes do ocorrido com Henry e o deixou no condomínio onde mora a mãe por volta das 19h de domingo, 7 de março. Segundo ele, os dois passearam em um shopping e assistiram televisão juntos.
Ele ainda contou que às 4h30, quando se preparava para ir a Macaé, onde trabalha, recebeu uma ligação de Monique, pedindo que ele fosse até o Hospital Barra D’Or. O pai disse que ela falou que o menino estava sem respirar. “Meu filho brincou, comeu, se divertiu. Nosso final de semana foi maravilhoso. Poderia falar até perfeito se não fosse o final”, relembrou Leniel.
De acordo com o pai, Monique fez respiração boca-a-boca em Henry até chegarem no hospital. Não só, mas como Jaiminho é médico, perguntaram se ele fez algum procedimento para reanimar a criança, mas segundo Leniel, aparentemente o vereador não fez nada.
No laudo médico é relatado que a criança já deu entrada no hospital sem vida, sendo a causa uma hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente. A criança apresentava:
- Múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores;
- Infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital, ou seja, na parte da frente, lateral posterior da cabeça;
- Edemas no encéfalo;
- Grande quantidade de sangue no abdômen;
- Contusão no rim à direita;
- Trauma com contusão pulmonar;
- Laceração hepática (no fígado);
- Hemorragia retroperitoneal.
Pai de Henry cobre respostas da polícia e chora pela perda do filho
Leniel Borel de Almeida Jr., pai de Henry Borel, de apenas 4 anos, desabafou sobre a falta de respostas da polícia e disse que acorda todos os dias chorando com saudade do filho. “Eu choro. Acordo de manhã chorando. Tem que ter muita força, cara. E o que eu sei é que esse menino não pode não ter resistido em vão. O menino era perfeito. Então, por que que o Henry isso aconteceu?”, disse.

“A primeira reação foi perguntar [a Monique e Jairinho] o que tinha acontecido. Porque eu não sabia o que tinha acontecido. Entreguei o menino perfeito”, comentou o pai, que recordou como era Henry: “[Era um] Menino ativo, inteligente, amigo, companheiro, muito divertido, gostava de brincar, brincar com as pessoas. Quando não conhecia alguém, era até meio introvertido. O resto era só alegria”.
Ainda sem respostas convincentes sobre o que aconteceu com o menino das 19h30 da noite (quando Leniel deixou o filho na casa da ex-mulher) e 4h30 da madrugada (quando Henry foi levado para o hospital), o pai acredita em uma resposta da investigação policial. “Eu espero que a polícia seja imparcial, investigue o caso. Acredito na polícia, de que ela vai fazer o melhor para o meu filho, entendeu?”, disse ele.