O pai do menino de seis anos que foi amarrado na escola particular Pequiá, no bairro Cambuci, na Zona Sul da capital de São Paulo, conta que não sabia que era o filho na imagem que viralizou nas redes sociais.
O registro foi feito ainda no ano passado, contudo tomou grande repercussão apenas este ano. Ao Fantástico, o homem contou que apenas descobriu que era seu filho naquelas imagens, quando deu zoom e a criança disse que era ela mesma.
“Aí eu abri a foto, dei um zoom, e a hora que eu mostrei pra ele, já: ‘é, papai, sou eu na foto’”, disse em entrevista. Segundo o pai, o menino disse que Eduardo, o dono da escola, o teria amarrado pelas mangas de sua blusa porque ele estava “agitado demais”.
O homem preferiu manter a sua identidade não revelada, mas declarou que o menino que sofreu um dos casos de maus tratos na Pequiá, e seu irmão já estão estudando em uma outra escola.
Tratamento psicológico
A mãe da criança contou que o filho iniciou um tratamento psicológico após o ocorrido. A Justiça decretou a prisão temporária dos donos da escola e a Polícia Civil de São Paulo está investigando denúncias de maus-tratos em alunos após pais e professores registrarem boletins de ocorrência contra a instituição de ensino.
Em entrevista ao UOL, a mulher contou que ao ver as imagens, sentiu dor por não estar por perto para protegê-lo naquele momento. O registro do momento foi feito por uma professora em setembro de 2022, mas apenas no dia 15 de junho ela apresentou as imagens, juntamente com outras fotos e vídeos à Polícia Civil para denunciar os maus-tratos.

Foi só então que a mãe soube da existência das imagens. Ela conta que o impacto ainda maior foi quando viu o vídeo original, onde o rosto do filho não estava desfocado. “Foi quando pude ver o semblante dele, enquanto estava amarrado daquele jeito, como se estivesse usando uma camisa de força“.
Mesmo não sabendo dos maus-tratos sofridos pelo menino, ele passou a ter acompanhamento psicológico. Acontece que ao entrar em outra escola no início deste ano, ele passou a ter um comportamento agressivo. “Ele ficou agressivo com os coleguinhas e passou a desrespeitar os professores, como se esperasse ter algum tipo de punição. Eu paguei mensalidade em uma escola para que o meu filho fosse torturado. Ele passou por algo que vai ficar marcado para sempre na vida dele”.
Dono da escola disse que tudo foi “brincadeira”
A advogada dos donos da escola particular afirma que segundo seus clientes, o ato não passou de uma “brincadeira“. Eles estão sendo investigados por maus-tratos e tortura.
Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, se entregaram à polícia e foram presos na semana passada, no dia 27 de junho. De acordo com a advogada do casal em entrevista ao Metropoles, Eduardo não via sua conduta com as crianças como tortura. “Ele me disse que quando era criança, brincava de amarrar um ao outro pela ponta da blusa. Meu cliente falou que não via o tratamento dado aos alunos como uma questão de tortura, que ele não tinha essa visão”.

“Eu ainda vou sentar com eles para entender o que era aquilo, se era uma brincadeira de mau gosto. Antigamente, as pessoas brincavam disso. Hoje, as brincadeiras já não podem ser como antigamente”, afirmou a mulher. “É estranho, porque têm mães que falam no processo que as crianças reclamavam, choravam, diziam que o ‘tio’ batia, que brigava, que fazia isso e aquilo. Mas tem pais que dizem que as crianças o adoram e que ele nunca fez nada”, completou.
A advogada ainda diz haver a possibilidade de que algumas imagens que constam no processo não são do casal, porque de acordo com ela, não foi provado que a mulher que aparece chutando o bumbum de uma criança é Andrea. A defensora também afirma que os dois estão “muito mal” psicologicamente.

“Eles queriam que eu impetrasse um habeas corpus. A família e os amigos queriam que eles se entregassem porque estava todo mundo preocupado com a integridade física deles. Eles choram muito. Ela principalmente. Eles não entendem o motivo de toda essa acusação“, disse ela.
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