Bernardo Boldrini, de apenas 11 anos, foi encontrado morto no apartamento em que morava em 2014. Agora, no quarto dia do segundo julgamento, Leandro Boldrini, o pai da criança, foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão, por homicídio e falsidade ideológica. O homem está preso desde 2014 e cumprirá mais oito anos de prisão em regime fechado, e após esse período, passará para regime semiaberto.

Leandro ainda pode recorrer a essa decisão. Em 2019 ele havia sido condenado, mas a decisão foi anulada após o Tribunal aceitar a alegação de que ele não teve respeitado seu direito ao silêncio durante o julgamento. O interrogatório teve que ser suspenso na última quarta-feira por questões médicas, de acordo com a juíza Sucilene Engler Werle. “O réu, na data de hoje, não está presente, porque não está se sentindo muito bem. Decidimos que era melhor não deixá-lo aqui”, anunciou a juíza.
O grande intervalo de tempo entre o crime e o segundo julgamento foi usado pela defesa durante o interrogatório da delegada Cristiane Braucks, responsável pelo caso na época e que participou das investigações. Ela chegou a deixar de responder algumas perguntas por não se lembrar tanto das investigações, o que foi reconhecido pela defesa como natural. Ainda assim, ela deu detalhes de como era a relação de Bernardo com o pai.

“As pessoas (a secretária da escola, a professora, a vizinha e seu marido, segundo a delegada) relatavam que havia um problema muito grave no núcleo familiar. Que o Bernardo andava, geralmente, abandonado, em todos os sentidos. Ele sempre estava implorando por carinho, não se vestia com roupas adequadas. O Bernardo, pela forma da convivência, não fazia questão nenhuma de ir pra casa”, disse no inquérito.
A delegada relembrou também a insensibilidade do pai ao saber da morte do garoto. “O que nos deu a entender é que ele (Leandro Boldrini) não se importava com o filho. Não foi só o comportamento dele ao saber da morte ou da possibilidade da morte, mas todo o abandono anterior”.
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