A licença-paternidade é um direito constitucional, previsto na legislação como um benefício ao pai, é um afastamento do trabalho que pode acontecer logo após o nascimento, ou processo de adoção. Contudo, esse período, atualmente, corresponde a 5 dias.
Pensando no impacto desse momento para o vínculo entre pais e filhos, surgiu a Coalização Licença Paternidade, união de pessoas, coletivos e instituições que defendem a regulamentação da licença-paternidade estendida, remunerada e obrigatória.
Todos os membros são voluntários, pois acreditam na causa e acreditam que essa é uma causa de todos, uma vez que enfatizam que a licença-paternidade é fundamental pelo direito da criança de ter mãe e pai presentes; pelo direito dos pais de terem vínculos afetivos com os filhos; pelo fortalecimento da relação familiar; para estimular a divisão de cuidado entre mães e pais.
Ana Sofia Guerra, psicanalista, psicóloga, filha do deputado Alceni Guerra, autor da Licença Paternidade, tendo nascido no ano da Assembleia Nacional Constituinte e inspirado a Licença; Douglas Strelow, assessor de Marcos Piangers, pai de Miguel e Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, jornalista, a maior referência quando o assunto é paternidade, fazem parte da Coalização.
Em participação durante o podcast do 16º Seminário Internacional Pais&Filhos, eles deram mais detalhes sobre a iniciativa. Ana Sofia falou sobre o marco do projeto do pai: “O que pega aí é que minha mãe de fato teve um problema no parto, ela ficou internada por 40 dias, ela não tinha como voltar para a casa e eu estava em casa. Então também teve esse viés muito pessoal”.
E essa atitude tão particular teve um impacto social e estudos apontam esses benefícios, uma vez que pais presentes e cuidadores geram filhos que serão cidadãos mais saudáveis emocionalmente e produtivos. Assim como empresas que oferecem essa licença também apresentaram maior retenção de funcionários e produtividade.
Piangers fez questão de pontuar: “Hoje a gente colhe os frutos da decisão de alguns homens do passado que disseram ‘o pai é importante também'”. Douglas complementou: “A licença-paternidade acaba catalizando uma série de outras demandas. Ela é a porta de entrada para uma série de outras coisas”.
Qual o objetivo desse movimento? Que seja oferecida uma licença-paternidade 100% remunerada e custeada pelo Estado (para estimular uma verdadeira adoção da prática), garantia de emprego (estabilidade), sem redução na licença-maternidade (que segue sendo crucial para a saúde da mãe e do bebê), primeiras semanas da licença no momento do nascimento (para um real apoio à mãe no puerpério), período adicional a ser gozado ao longo do primeiro ano (para o pai ter a oportunidade de atuar como cuidados principal em período não comitante à licença-maternidade.
Você também pode apoiar essa causa, tornando-se um signatário CoPai, divulgação a Co-Pai, oferecendo recursos ou contatos, trabalhando de forma voluntária, indicando novos membros. Saiba mais informações aqui.