Nesta segunda-feira, 7 de dezembro, o Governo de São Paulo anunciou como será o plano de vacinação da CoronaVac. Feita pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, há a previsão de que a população possa receber as primeiras doses em janeiro de 2021.

Na terceira fase de testes, a vacina precisa ainda ter a eficácia comprovada para, em seguida, ser liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O governo estadual disse ainda na última semana que o relatório final de testes será enviado em dezembro, e que não será necessário o uso emergencial da vacina neste período.
Em uma campanha similar a de vacinação para gripe, José Medina, coordenador do Centro de Contingência para Covid-19, informou que a imunização deve começar com profissionais de saúde e pessoas acima dos 60 anos. “Quem tem entre 60 anos, a letalidade é de 3%. E ela é gradativamente subindo quem tem mais de 80 anos, até 80, 89 é de 32% e mais de 90 anos, é de 39%. E esse é o principal critério para a utilização da vacinação. Talvez o principal critério a ser utilizado é a vacinação das pessoas acima de 60 anos. São as pessoas quem têm mais risco, são as pessoas que saturam o sistema de saúde. Além disso, a vacinação dessas pessoas quebra o círculo de circulação do vírus”, explicou.
Sobre o plano de imunização geral, até o momento, o Governo Federal não divulgou o planejamento definitivo de vacinação e ainda não possui a licitação para continuar o atendimento. O prazo mínimo é de 60 a 90 dias para atender após aprovação.
Como irá funcionar
A partir do dia 25 de janeiro, João Doria explicou que será iniciado o plano estadual de vacinação. “As vacinas devem ser aplicadas imediatamente na população brasileira. Cada vida importa, e importa muito”, reforçou o governador. Para a primeira fase, será priorizado a imunização dos profissionais de saúde e pessoas acima de 60 anos. Para este segundo grupo, a consideração da escolha foi pela incidência de óbitos, que ocorreu 70% em pacientes acima desta faixa etária.

Com o objetivo de imunizar também os profissionais de saúde de outros estados, serão disponibilizadas 4 milhões de doses, que devem ser solicitadas com antecedência para serem entregues a partir de 25 de janeiro. No estado de São Paulo, os postos de atendimento à saúde serão ampliados para 10 mil. Para que todo o sistema funcione bem, serão implementadas estratégias em farmácias, escolas, quartéis, terminais de ônibus e ainda via drive thru. “A campanha contará com logística e segurança”, comenta Doria.

Os horários de funcionamento dos postos serão de segunda a sexta, das 7h às 22h*, e aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 17h* (podendo ser estendido, se necessário, até as 22h). “Nós temos agulhas e seringas necessárias para vacinar este público. Já disponibilizamos todo o estoque”, garante Jean Gorinchteyn, Secretário de Saúde de São Paulo.
Durante a campanha de imunização, antecipada para janeiro no plano estadual, cada cidadão receberá duas doses da vacina, devendo ter um período de 21 dias entre elas. Para idosos, é pedido preferencialmente que os postos de saúde sejam procurados pela parte da manhã, com o intuito de evitar aglomerações. “O retorno a normalidade só ocorrerá com a vacinação“, completa o Secretário de Saúde de São Paulo.
De acordo com os estudos realizados durante a fase 1 e 2 com mais de 50 mil voluntários, 94,7% não tiveram nenhum evento adverso. Dos que apresentaram alguma, 99,7% foram dor no local e dor de cabeça. Segunda dados da revista científica The Lancet, a CoronaVac é uma das mais prestigiadas vacinas do mundo, tendo resposta imune em 97% dos casos.