Divertida Mente 2, que chegou aos cinemas aqui no Brasil no dia 21 de junho, é a nova animação Disney e Pixar. A sequência retrata a chegada de novas emoções na vida da personagem principal, Riley, que está entrando na puberdade.
Ansiedade, Vergonha, Inveja e Tédio entram na cabine de controle e tomam o lugar de Alegria, Nojinho, Raiva e Tristeza. Para melhor interpretação dos personagens, o diretor do filme, Kelsey Mann, recebeu a consultoria de dois psicólogos, Lisa Damour, psicóloga clínica em Ohio e Dacher Keltner, professor de psicologia. A Pais&Filhos conversou com Lisa e Dacher para entender como foi todo o processo de construção nas novas emoções.
Por dentro da mente
“Trabalhamos muito nos últimos 10 ou 15 anos em novas emoções, como inveja, tédio e ansiedade. Não foi apenas conversar com Kelsey, o diretor, e Meg, a escritora, e dizer: ‘aqui estão todas essas novas emoções’. Pense em ansiedade ou vergonha ou constrangimento. É assim que eles se parecem cientificamente, sentem e fazem por nós. Eles pegaram essa ciência e pensaram em como ela poderia informar a história que estavam construindo para o filme.”, conta Dacher sobre o processo criativo.
Ambos os especialistas são pais: Lisa é mãe de uma menina na idade de Riley, e de uma jovem de 20 anos. Já Dacher tem duas filhas, de 26 e 24 anos. Eles contam que usaram as próprias experiências pessoais na parentalidade durante o processo de construção do filme.
“Usei minhas experiências, em termos de quão poderoso é quando um adolescente fica chateado. E isso é algo que eles mostram no filme: quando os adolescentes atingem a puberdade, seus sentimentos se tornam mais potentes e mais opressores para eles e também para suas famílias. E posso dizer que, como mãe de adolescentes, sei por experiência própria, como isso acontece rapidamente e como é desastabilizador para o adolescente e para família”, relata Lisa.
Um sentimento chamado ansiedade
Diante da chegada da Ansiedade, aparecem também as crises, algo presente na vida de adultos e crianças, que é muito bem retratado no longa. “Um dos pontos centrais do filme é dar aos jovens esse imaginário, um curso. Por exemplo, em mostrar o que fazer quando você tem crises, como você se acalma, e até como você pode se ajudar, recorrendo aos seus amigos”, conta Lisa.
“A cena faz com que as pessoas se sintam menos isoladas. Às vezes, parece uma verdadeira loucura, como se você fosse a única pessoa no mundo que já passou por algo assim. E ver isso representado na tela, de uma forma leve, é uma sensação tão grande que acho que vai proporcionar muito conforto e alívio para as pessoas”, finaliza Lisa Damour.
Da infância à adolescência
Durante a puberdade, o adolescente passa por muitas mudanças, entre elas, o distanciamento dos pais. No filme, isso é mostrado a partir das ilhas, que demonstram os interesses de Riley e ficam do lado de fora da cabine. As ilhas da amizade, honestidade, do hóquei, boy band são bem maiores que a da família, por exemplo, justamente por conta dessa mudança.
“Essa cena é engraçada, rápida e perfeita. Deixa claro como é natural. Seu filho coloca todos vocês em segundo plano e passa a ignorá-los em casa, e vão se concentrar na Ilha da Amizade. E isso não é uma rejeição. Eles não estão dispensando você. Eles não estão terminando com você. Isso não é uma coisa pessoal”, diz Lisa.
Cada emoção em seu lugar
Os psicólogos reforçam que a puberdade muda tudo na vida da criança que está se tornando um adolescente. Foi a partir dessa transição que surgiu a escolha das novas emoções.
“A gente realmente fala explicitamente sobre o que é uma criança de 13 anos, o que ela está pensando, como ela se compara às outras pessoas. A inveja se faz presente quando eles estão pensando tipo: ‘meu Deus, eu usei as roupas erradas’ ou ‘meu cabelo está fora do lugar e todo mundo tem cabelos diferentes’. Eles também pensam em ‘como os adultos são chatos e como eu não quero mais ouvir suas músicas’. E é isso que é tédio”, explica o professor.
Divertida Mente 2 é um filme para a família toda
Os ensinamentos de toda a trama trazem reflexão para todas as idades — os consultores e a direção fizeram um ótimo trabalho. Fica a dica para juntar a família e ver o filme no cinema: temos certeza que você vai se identificar!
