
No último domingo, 27 de agosto, Faustão passou por um transplante de coração, que gerou grande repercussão nas redes sociais, tudo porque ele entrou na fila para o transplante no início do mês e já conseguiu a doação do órgão. O apresentador estava no segundo lugar da lista e recebeu o órgão após responsáveis pelo primeiro da lista recusarem o coração.
Já na segunda-feira, 28 de agosto, Daniela Salomão, coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes, explicou em entrevista ao Splash, o que pode motivar um paciente a rejeitar um órgão que tanto precisa. “Depende da condição do receptor no momento da oferta. Pode ser que o receptor não esteja em condições ideais. Você está na lista aguardando e, infelizmente, no momento que sai a doação, você pode ter uma infecção.Uma condição que o impeça de fazer o transplante em condições de segurança”, explica.

As condições do doador do órgão também são levadas em conta. “[Se há] alguma doença pré-existente que possa comprometer a qualidade daquele órgão a ser doado. A condição do doador naquele momento, em termos de infecção, uso de medicamentos” “A equipe recebe os dados técnicos do doador. Então pode ser o que o paciente, naquele momento, por algumas características, não queira receber o órgão daquele doador especificamente”.

Já que o quadro do apresentador era considerado grave, ele estava em segundo lugar na fila. “Os pacientes mais críticos, em situações mais graves, têm o direito de serem transplantados antes de pacientes menos críticos. O sistema faz esse ranqueamento de acordo com a gravidade da situação do paciente. Como é que o sistema enxerga a gravidade? Ele já tem os parâmetros pré-estabelecidos”.
“No transplante cardíaco, por exemplo, o critério de prioridade número um é aquele paciente que foi transplantado e que o órgão não funcionou. Esse paciente passa na frente de qualquer outro paciente em lista. Esse é o primeiro critério de gravidade”.