Até mesmo os membros da realeza britânica sofrem com ela. Sim, estamos falando da síndrome de burnout parental, distúrbio psíquico que está relacionado ao emprego estressante e a necessidade de se fazer presente com os filhos. E foi nesta sexta-feira, 04 de fevereiro, que Príncipe Harry abriu o coração para admitir que pertence a esta comunidade que sofre para conciliar a família com as tarefas do trabalho.
Foi através de um vídeo produzido pela empresa americana BetterUp que o ex-monarca comentou sobre o diagnóstico. De acordo com Harry, ele precisou tirar 5 meses de licença do trabalho quando a caçula veio ao mundo, o que acabou fazendo com que os demais compromissos o deixassem esgotado.
“Eu também sofro de burnout, estou sempre me sabotando nos dias difíceis. Me sinto queimando a vela nas duas pontas e é tipo, bum. E, nesse momento, você é forçado a olhar para dentro de si mesmo”, afirmou o pai que, após se afastar da monarquia, vive nos dias de hoje em Los Angeles, nos Estados Unidos, junto com a esposa, Meghan Markle, e com os dois filhos, Archie, de 2 anos de idade, e Lilibet, de apenas 7 meses de vida.
“Eu sei que preciso meditar todos os dias e há uma lição aqui. ‘Estou sendo educado pelo universo. Da próxima vez que isso acontecer, serei mais resiliente e posso ver uma maneira de contornar isso para alcançar o objetivo final’”, concluiu.
O que é a síndrome de Burnout parental?
Geralmente, os sintomas da síndrome de Burnout eram relacionadas a um trabalho estressante, onde era difícil levantar todos os dias da cama, justamente por causa da doença. Mas, é cada vez mais comum notar os sintomas em pais e mães no exercício da maternidade e paternidade, chamada de síndrome de burnout parental.
“Tanto a síndrome de burnout que acomete os trabalhadores do mundo corporativo, como a parental, possuem os mesmos sintomas. As duas são sinônimos de desgaste, com as pessoas ficando mais agressivas, irritadas e com dificuldades de manter o equilíbrio; o que as diferencia são as causas. Ou seja, o trabalho e o dia a dia com os filhos”, explica o psiquiatra Leonard Verea, formado pela Faculdade de Medicina de Milão, na Itália, durante uma entrevista com Gladys Magalhães.
Sintomas da síndrome de burnout parental
- Crises de pânico
- Desânimo
- Choro fácil
- Tontura
- Dor de cabeça
- Exaustão
- Irritabilidade
Como é feito o diagnóstico para a síndrome de burnout parental
As mudanças de comportamento podem ser percebidas no dia a dia como uma forma de desgaste. Mas, é importante reforçar que para um diagnóstico preciso, é necessário avaliação de um profissional, mesmo que os sinais ainda sejam pequenos. O especialista reforça ainda que: crianças com pais acometidos pela síndrome podem, no futuro, apresentar problemas de saúde mental, como hiperatividade e déficit de atenção.

Existe tratamento para a síndrome de burnout parental?
Segundo o especialista, o primeiro passo é pedir ajuda, apesar de ser muito difícil para as pessoas que possuem burnout, por serem perfeccionistas e inseguras. Assim, aprender a delegar tarefas, reservar um tempo para si, praticar atividade física, pedir a ajuda dos avós, tios e padrinhos, por exemplo, ajuda a prevenir e, até mesmo se livrar do problema. Porém em casos mais sérios, quando o burnout passa a interferir na relação com os filhos e na capacidade de cuidar deles, é preciso procurar ajuda especializada.
“Hoje em dia, existem diversas abordagens terapêuticas para ajudar pacientes com problemas de saúde mental e, na maioria dos casos, os resultados são satisfatórios. No caso do burnout, o tratamento costuma ser terapêutico e, eventualmente, se faz necessário o uso de medicamentos, depende de cada caso”, conclui o médico.