Desde sempre ouvimos que os olhos são os mais importantes e que podem ser considerados o fator principal para quem somos. Mas, de acordo com a ciência, eles também podem estar ligados ao cérebro.
Pesquisas indicam que os alguns dos primeiros sinais do Alzheimer e outras formas de demência podem ser descobertos por meio de exames nos olhos.

Quais os sinais nos olhos que apontam demência?
Em fevereiro, uma revista feita pelos médicos da Universidade de Loughborough, a Scientific Reports, sediada no Reino Unido, revelou que a retardação na velocidade em que observamos a resposta dos olhos pode ser um sintoma precoce de declínio cognitivo, chegando a aparecer até 12 anos antes do diagnóstico da doença. Além disso, alguns outros sinais são o aumento da região não vascularizada no meio da retina.
De acordo com o estudo do JAMA Ophthalmology, de 2018, a expansão pode ser notada até 17 anos antes dos sintomas do Alzheimer.
Entre os sinais, se destacam também a perda de distinguir profundidade e a presença de um olhar ‘vazio’, apontando desorientação e falta de interação por meio dos olhos.

Por que o declínio cognitivo pode afetar a visão?
Segundo os médicos, a visão é uma das primeiras funções afetadas pois é processada em regiões mais extensas do cérebro, as mesmas que também se responsabilizam pela memória.
Quanto mais a demência avança e as toxinas se acumulam, mais essas áreas do cérebro se danificam, resultando no declínio da capacidade visual.
No começo, os sintomas muitas vezes podem ser confundidos com o envelhecimento natural. Contudo, os parentes e pessoas próximas devem ficar de olho e se atentar a mudanças na resposta visual e buscar um profissional em caso de anormalidade.

Conseguir detectar esses sintomas de forma precoce permite um tratamento mais eficiente e uma melhor qualidade de vida.
Alguns dos outros sinais de demência são:
- A perda de memória;
- Problemas em se comunicar;
- Desorientação;
- Dificuldade em realizar tarefas diárias rotineiras;
- Preferir os alimentos doces;
- Perda de olfato;
- Convulsões;
- Incontinência urinária;
- Quedas repetidas e desmaios;
- Alucinações visuais;
- Distúrbios do sono;
- Mudanças de humor.

Cientistas criam tecnologia que ajuda a identificar casos de demência
Cientistas criaram uma nova tecnologia em física quântica capaz de auxiliar médicos a identificar casos de demência nas pessoas, especificamente surgimentos de doenças como Alzheimer ou Parkinson. A descoberta foi publicada na Scientific Reports, revista científica do grupo Nature.
Os sensores receberam um nome científico de magnetoencefalografia (MEG) e podem ser utilizados em pesquisas futuras e permitir um conhecimento mais amplo sobre o funcionamento do cérebro.

Quando o sinal é emitido para o cérebro, os neurônios desenvolvem um fraco campo magnético. E se eles forem detectados com aparelhos com uma sensibilidade maior, há uma maior possibilidade de criar um mapa de funcionamento do cérebro humano. Além disso, ele pode ser observado em tempo real e com alta resolução espacial.
“Descobrimos que esta técnica de detecção quântica pode combinar alta resolução espacial e temporal”, afirmou Peter Kruger, professor responsável pelo projeto, ao site Physics World. “Embora as técnicas anteriores fossem capazes de localizar sinais no cérebro, esta é a primeira a registrar o tempo preciso dos sinais cerebrais”, continuou.
Para o futuro, eles pretendem melhorar a qualidade das imagens recebidas pelos sensores, mas para isso, é necessário aumentar o número deles no próprio aparelho. No entanto, isso já seria difícil, devido a grande possibilidade de curto-circuito e grande aquecimento do equipamento.