A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) anunciou, em novembro de 2024, uma atualização nas diretrizes que recomenda a suplementação de vitamina D para crianças e adolescentes de até 18 anos. Anteriormente, essa orientação se aplicava apenas a bebês de até um ano. A mudança nas diretrizes foi impulsionada por uma revisão da Sociedade Americana de Endocrinologia, que evidenciou um aumento na insuficiência de vitamina D entre os jovens.
A decisão reflete preocupações crescentes com fatores ambientais e de estilo de vida que contribuem para essa insuficiência, como menor exposição ao sol e dietas deficientes. A endocrinologistas observam a suplementação como uma medida preventiva contra problemas de saúde relacionados à carência de vitamina D.
Qual é a importância da vitamina D?
A vitamina D desempenha múltiplas funções no organismo que vão além da saúde óssea. Pediatras especializados em pediatria integrativa, destacam seu papel no sistema imunológico, cardiovascular e na modulação hormonal. A insuficiência dessa vitamina pode levar a condições como raquitismo e baixa densidade óssea, tornando a suplementação uma estratégia vital para prevenir tais problemas.
Os benefícios da vitamina D para a saúde óssea são bem conhecidos, mas você sabia que também pode ajudar o sistema imunológico e prevenir doenças crônicas, como hipertensão e diabetes? A vitamina D é crucial para a saúde em geral, e não apenas para os ossos. Isso deveria ser destacado para o público em geral, a fim de aumentar a conscientização.
Quem deve receber a suplementação?
A recomendação universal de suplementação pela SBP deve ser ajustada conforme o perfil de cada criança. Pediatras esclarecem que crianças com condições que afetam a absorção de nutrientes ou com pele mais escura podem necessitar de atenção especial. Por outro lado, algumas crianças podem ser isentas, como aquelas que consomem alimentos ricos em vitamina D ou que têm uma exposição solar adequada.
Crianças podem obter vitamina D somente por meio da exposição ao sol?
A exposição solar é responsável por cerca de 90% da síntese de vitamina D, mas há desafios. Pediatras explicam que fatores como uso de protetor solar, estação do ano e o tom da pele influenciam essa absorção. Mesmo que o sol seja uma fonte natural, a vitamina D proveniente da alimentação é limitada, reforçando a necessidade da suplementação, especialmente em latitudes onde a incidência solar é menor.

É seguro administrar a suplementação de vitamina D sem orientação médica?
Nunca é recomendado administrar suplementos de vitamina D sem a consulta de um médico. Eles alertam para os riscos de hipervitaminose, que pode acarretar em complicações renais e cardiovasculares. A supervisão médica é crucial para ajustar doses adequadas com base em exames e avaliações clínicas.
Os riscos de hipervitaminose D incluem fraqueza, náuseas, vômitos, e sérias complicações como cálculos renais e problemas cardiovasculares. Portanto, é importante seguir as doses diárias recomendadas: de 400 IU para bebês até 12 meses, 600 IU para crianças de 1 a 18 anos, e adultos de até 70 anos. Adultos acima de 71 anos necessitam de 800 IU. Um acompanhamento médico pode ajudar a personalizar essas recomendações conforme a necessidade individual.
Em resumo, a atualização das diretrizes pela SBP é uma resposta preventiva a um problema de saúde pública emergente, abordando a insuficiência de vitamina D em jovens. O acompanhamento profissional garante que a suplementação seja feita de maneira segura e eficiente, adaptando-se às necessidades individuais e contextuais de cada criança.
Como aumentar a ingestão através da dieta?
Além da suplementação, mudanças na dieta podem ajudar a aumentar os níveis de todas as vitaminas. Alimentos como peixes gordurosos (salmão, atum, sardinha), fígado de boi, laticínios fortificados, e gema de ovo são boas fontes de vitamina D. Incorporar esses alimentos na dieta diária pode ajudar a atender as necessidades diárias dessa vitamina essencial.