
Já imaginou encontrar uma irmã perdida por aí? Foi isso o que aconteceu com Luciana, depois de um idoso contar para a técnica de enfermagem que conhecia alguém que se parecia muito com ela. Apesar de duas décadas se passarem, ela acabou descobrindo sobre a Lucilene, após ser doada pela mãe biológica a vizinhos. Em entrevista À BBC , ela contou toda a história.
“Em meus primeiros meses de vida, passei por muitas dificuldades. Eu tinha muitos piolhos na cabeça e assaduras pelo corpo. A minha mãe biológica já tinha uma filha e não possuía condições financeiras ou psicológicas para cuidar de outra criança. Ela morava em uma oficina mecânica, junto com o meu pai biológico, em Cachoeira Paulista (SP)”, contou.
Aos oito meses de idade, depois da mulher não poder mais cuidar na filha, a mãe de Luciana colocou a menina para adoção: “Ela me doou para a dona de um restaurante, localizado ao lado da oficina. A vizinha não pensou duas vezes e me aceitou como filha. A minha mãe de coração, a Reni, e o marido dela, Jandir, cuidaram de mim com o maior carinho. Eles se tornaram a minha família, junto com os dois filhos deles”.
Luciana explicou ainda que soube da adoção aos nove anos de idade e nunca conheceu o pai biológico: “Tive uma infância muito feliz. Aos nove anos, minha mãe de coração me disse que eu era adotada. Ela me explicou que a mãe biológica me amava, mas teve de me doar porque queria que eu fosse feliz, por isso escolheu alguém que pudesse me amar também. Pouco depois de me doar, minha mãe biológica se mudou, pois se separou do marido. Nunca conheci meu pai biológico”.

O primeiro encontro da técnica de enfermagem com a mãe biológica aconteceu quando ela tinha dez anos de idade. “Ela me explicou que não poderia ter ficado comigo, mas estava feliz por ver que eu tinha encontrado uma boa família. Nesse primeiro encontro, ela contou para a minha mãe de coração que havia tido outra filha, dois anos após meu nascimento, e também doou a criança por não ter condições financeiras. Naquele dia, conheci a minha irmã mais velha, que continuava morando com a minha mãe biológica, e fiquei curiosa para conhecer a caçula. A única informação que tinha sobre ela era que morava em Lorena (SP), a 18 quilômetros de Cachoeira Paulista”.
Depois de passar a ter contato com a mãe biológica, Luciana disse que passou a ter uma ótima relação com ela, mas nunca falou sobre a irmã caçula, pois tinha medo de magoá-la. Quando viu a menina pela primeira vez, anos depois, ela explicou a sensação e contou que o momento teria sido muito emocionante para as duas.
“Eu me vi nela quando a olhei. Temos características muito semelhantes: o modo de falar, o sorriso e os mesmos gostos. A gente se abraçou. Foi muito emocionante. Os meus pais de coração ficaram felizes com o nosso reencontro. Contei para a minha mãe biológica e ela quis rever a caçula. Percebi que minha irmã não conseguia perdoá-la por tê-la abandonado na infância. A Lucilene dizia que os únicos pais dela eram os que a criaram, atualmente já falecidos”, explicou.
“Mantenho contato com a minha irmã caçula desde que nos encontramos. Vi o nascimento das gêmeas dela, hoje com 10 anos, e do filho mais novo, que completou um ano. Nos últimos anos, estivemos muito próximas. Quem diria que nós estávamos tão perto desde o princípio, mas ao mesmo tempo tão longe”, concluiu Luciana.
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