Robert Scheidt, o velejador bicampeão olímpico, e o filho dele, Erik Scheidt, também velejador, conversaram com exclusividade com a Pais&Filhos e falaram sobre a sensação de dividir a paixão pelo esporte e o sentimento de disputarem juntos um campeonato.
Como o esporte entrou na sua vida, Robert?
O esporte entrou na minha vida por causa do meu pai. Comecei a velejar aos nove anos, na Represa do Guarapiranga, com um barco que foi presente dele e, aos onze, ganhei meu primeiro título importante, o sul-americano da Classe Optimist. A satisfação em ser reconhecido pela Vela fez com que eu largasse outra das minhas paixões, o tênis, que sempre gostei para me dedicar totalmente à modalidade.

Você sempre incentivou o esporte dentro de casa, Robert? O esporte fortaleceu a relação entre pai e filho de alguma forma?
Quando eu participei da campanha de Dia dos Pais da Track&Field, junto com meu filho, o Erik, eu contei que as primeiras lembranças que tenho dele praticando esporte foram as primeiras partidas de futebol e as primeiras vezes que ele foi para a água velejando sozinho. Isso me dá uma satisfação imensa como pai. Desde que o Erik nasceu, o esporte já fazia parte da minha vida e vê-lo escolher seguir o mesmo caminho, dentro de tantas possibilidades, é um presente e motivo de muito orgulho.
Você voltou a disputar um Campeonato Brasileiro tendo o Erik como o seu parceiro no começo desse ano. Como foi esse momento?
Eu era só um adolescente quando me destaquei na classe Snipe de Vela. Voltar a disputar um Campeonato Brasileiro, tendo como parceiro meu filho, foi indescritível e um ótimo momento para fortalecer a conexão de pai e filho. Quando estamos competindo, aprendemos a tomar decisões juntos, para superar as dificuldades e alinhar a comunicação. Ficamos super satisfeitos com o resultado.
Seu pai foi/é uma inspiração para você, Erik?
Eu sempre vi meu pai seguir os sonhos dele com determinação e garra para conquistar tudo o que conquistou. A trajetória dele me motiva e inspira a ser melhor todos os dias e não tenho dúvidas que meu pai é inspiração não só para mim, mas como para todos que gostam do esporte.
Aprendo muito quando velejamos juntos e conseguimos alcançar ótimos resultados. A natureza aproxima muito a gente quando estamos na água e fazemos quase tudo juntos. Sou muito grato a ele por tudo que me ensinou, por ser a pessoa que mais me admira e estar presente em cada vitória desde o começo, contribuindo para o meu crescimento profissional e me ensinando que tudo tem o tempo certo.

Você sempre sonhou em ser pai, Robert? Como foi conciliar a paternidade com a sua trajetória no esporte?
Meu grande sonho sempre foi ser pai, formar a minha família, que é uma das coisas mais gratificantes que eu tenho hoje. Eu procuro passar tudo o que aprendi com o meu próprio pai para os meus filhos, dentro e fora do esporte, incentivando a importância do movimento.
Recentemente, eu tive a oportunidade de gravar a campanha de Dia dos Pais da Track&Field com o Erik, meu primogênito, e nos divertimos muito, além de nos emocionarmos com as declarações que trocamos e o amor por fazer aquilo que amamos juntos: velejar. Além dele, também sou pai do Lukas, que nasceu três anos depois, em 2013. Os dois são frutos do meu casamento com a Gintarė Volungevičiūtė, velejadora e medalhista olímpica, que compatilha do mesmo amor incondicional.
Quais são os seus sonhos dentro do esporte, Erik?
Minha mãe e meu pai praticam esporte e têm o esporte como parte fundamental da vida deles. Eu escolhi e me apaixonei pela Vela e pretendo seguir me aperfeiçoando na modalidade, mas levando sempre em conta o conselho do meu pai de que preciso me profissionalizar aos poucos e respeitar a minha evolução. Ele sempre respeitou e me apoiou a fazer as minhas próprias escolhas. Já tive vitórias muito significativas e vou continuar buscando mais realizações daqui para a frente.