A atriz Samara Felippo, de 45 anos, usou seu Instagram no dia 12 de junho, para enfatizar indignação após a movimentação no processo de racismo sofrido pela filha Alicia, de 14 anos, na escola onde estuda, em São Paulo, no final de abril. “Nota sobre o caso de racismo no ambiente escolar que aconteceu com minha filha”, escreveu a artista na legenda da postagem, que foi publicada junto com o advogado do caso, Hédio Silva Jr.
“Vítima de racismo EXPLÍCITO ocorrido na escola, no dia 22 de abril, minha filha, de 14 anos, foi proibida de manifestar-se no processo que apura a conduta de suas ex-colegas de escola, agressoras que inclusive confessaram a prática de racismo. Onde a escola também reconheceu o ato racista. Ela poderá participar da audiência, mas CALADA, sem o direito de apresentar sua versão dos fatos. Uma vez que as agressoras já foram OUVIDAS e contaram suas versões. Por que um ato infracional análogo ao crime de RACISMO, confessado pelas agressoras, está sendo tratado como VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL? Ou seja, está sendo tratado como se as agressoras somente tivessem rasgado um trabalho escolar e ponto. Existe uma frase violenta de cunho racista no interior do caderno. Por que isso não está sendo levado em conta?”, escreveu a atriz.
“O que mais ouvi nesse processo de denunciar o racismo vivido pela minha filha na escola foi: ‘Estão te dando ouvidos porque você é famosa! É branca. A Justiça para você funciona!’ Então eu estou aqui porque realmente estou assustada com o andar das coisas. Até o momento a Justiça não me ouviu, não ouviu minha filha, meus advogados. Não estou lutando somente pela minha filha, venho há anos, através das minhas redes, denunciando casos de racismo. Não sei o que pensar sobre essa decisão. Meus advogados estão tomando as providências, mas estou estarrecida. A relativização do racismo persiste”, finalizou Samara.
O CASO
Em uma denúncia, a atriz tomou uma atitude enérgica frente ao preconceito sofrido por sua filha, de 14 anos. O caso ocorreu na escola Vera Cruz, situada na Zona Oeste de São Paulo.
Conforme relatos da atriz e informações confirmadas pela própria escola, duas estudantes do nono ano protagonizaram um ato discriminatório de racismo ao vandalizar um caderno pertencente à filha da atriz.
As páginas do caderno de Alícia foram arrancadas e, em uma delas, foi escrita uma ofensa racial. Posteriormente, o material foi abandonado no setor de achados e perdidos da instituição. A resposta de Samara Felippo não se fez esperar: exigiu a expulsão das responsáveis pelo ato, classificando-o como inaceitável e um crime previsto por lei.

“Sim, pedi expulsão das alunas acusadas pois não vejo outra alternativa para um crime previsto em lei e que a escola insiste relativizar. Fora segurança e saúde mental da minha filha e de outros alunos negros e atípicos se elas continuarem frequentando escola. Não é um caso isolado, que isso fique claro”, afirmou em entrevista ao portal G1.
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