Amamentar vai além de apenas dar o leite ao bebê. É um ato de amor, proteção e carinho, que faz toda diferença no desenvolvimento da criança ao longo da vida.
Neste ano, a Semana Mundial do Aleitamento Materno tem como tema Apoie o Aleitamento Materno por um Planeta Saudável. As ações se concentram no impacto da alimentação infantil no meio ambiente com o objetivo de proteger, promover e apoiar o aleitamento materno para a saúde do planeta e de seu povo.

Mas por que o aleitamento está conectado às mudanças climáticas? Para termos essa visão, precisamos pensar em toda a cadeia que está envolvida no universo da alimentação infantil. Da produção dos ingredientes que compõem as fórmulas infantis, passando pelas embalagens desses produtos e chegando até as mamadeiras, a pegada hídrica é imensa: cada item utilizado para que um bebê seja alimentado consome milhares de litros de água – um recurso natural escasso – e também danificam o meio ambiente se não forem descartados corretamente.
“Quando pensamos em amamentação, o que vem à cabeça é a mãe que não precisa de mais nada além dela mesma para alimentar seu filho. Nada é mais natural, simples e cômodo. Não uso de recursos naturais: basta dar o seio, acolher e oferecer a mama”, lembra Cinthia Calsinski, mãe de Matheus, Bianca e Carolina, enfermeira obstetra e colunista da Pais&Filhos.

O aleitamento materno dispensa etapas que consomem água e energia, como aquecer, lavar, esterilizar objetos. Não há recursos financeiros envolvidos. “Nada mais merecido do que termos um mês inteiro dedicado a espalhar o quanto a amamentação é benéfica para a saúde da mãe e do bebê e também do quanto é saudável para o meio ambiente. Essa conexão não é automática na cabeça das pessoas, mas ao trazermos dados embasados, elas vão conseguir compreender o quanto amamentar também é sustentável.”
Estabelecida pela OMS e a UNICEF em 1992, a criação da semana veio para defender o direito da mulher em amamentar de forma segura e com o respeito da sociedade como um todo, sem constrangimentos ou julgamentos. Estes dias foram definidos com base na Declaração de Innocenti, assinada em 1º de agosto de 1990. A ideia do documento é traçar objetivos para reduzir a mortalidade infantil – todos ligados à amamentação:
10 passos para o sucesso da amamentação
Presente em todas as maternidades que seguem a Semana Mundial do Aleitamento Materno, a lista mostra os itens necessários para facilitar e ajudar no sucesso da amamentação:
- Ter uma norma escrita sobre o aleitamento materno e repassá-la rotineiramente a toda a equipe do serviço da maternidade;
- Promover treinamentos para toda a equipe, de modo que todos estejam capacitados para implementar as normas de amamentação;
- Informar todas as gestantes sobre as vantagens da amamentação e como ela deve ser feita;
- Auxiliar as mães a iniciar a amamentação na primeira hora de vida do bebê;
- Mesmo em casos em que as mães estejam separadas de seus filhos, mostrar a elas como manter a lactação e a amamentação;
- Dar somente leite materno como alimento ao recém-nascido
- Permitir e possibilitar que mãe e bebês fiquem juntos 24 horas por dia após o parto;
- Incentivar as mães a realizar amamentação em livre demanda (sem horários definidos);
- Instruir as mães a não darem bicos artificiais ou chupetas para os bebês;
- Encorajar as mães e buscarem grupos de apoio à amamentação.

A importância do leite materno
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, para as crianças de até 6 meses de idade, o leite materno é um alimento tão completo que já tem a quantidade necessária de água para manter o bebê bem hidratado.
“Existem pesquisas que mostram que amamentar com leite materno faz com que as crianças tenham mais pontos de QI, maior desenvolvimento emocional e imunológico. Além disso, ele beneficia o trato gastrointestinal, a cavidade oral, é capaz de prevenir alergias e outras doenças, como a obesidade e o diabetes”, ressalta Eneida Souza, consultora em aleitamento materno pela Universidade da Califórnia, mãe de Júlia, Beatriz e Daniel.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta que o leite materno seja ofertado de forma exclusiva até o sexto mês de vida e, de maneira complementar, até os 2 anos de idade. Nós acreditamos que a experiência de aleitamento precisa ser bom para a mãe e para o filho. Não importa o jeito, desde que seja o seu.
Assim como quase tudo na maternidade, amamentação é cercada de mitos. E nesta Semana Mundial do Aleitamento Materno, vamos fazer uma série de matérias para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto.