Nesta terça-feira, 6 de outubro, o Ministério da Agricultura avisou que em ‘sementes misteriosas’ enviadas ao Brasil foram encontrados ácaros, fungos e acredita-se que até plantas daninhas. Segundo o G1, o governo ainda complementou que as sementes foram supostamente enviadas de quatro países asiáticos.
Desde agosto brasileiros têm reclamado que estão recebendo pacotes de sementes que não pediram, geralmente elas têm chegado junto com compras on-line. O governo suspeita que seja uma fraude relacionada com as compras on-line. Vale ressaltar que o mesmo tem ocorrido nos Estados Unidos e no Canadá.
O Ministério da Agricultura ainda apontou que até agora já foram recebidos 258 pacotes de sementes não solicitadas. Dos 26 estados mais o Distrito Federal, apenas o Maranhão e o Amazonas não registraram casos das ‘sementes misteriosas’.
Em 25 embalagens foram encontrados três tipos diferentes de fungos, 1 pacote apresentou ácaro, 4 embalagens podem apresentar quatro tipos de ervas daninhas não presentes no país e 1 com presença de bactérias. Ainda não se sabe quais bactérias nem quais fungos são. As sementes continuam no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, em Goiânia.
“Quando o risco é desconhecido, o risco é máximo. Por isso que a gente pede para que a população não plante esta semente”, disse o diretor do Departamento de Serviços Técnicos do ministério, José Luís Vargas.
“A gente coloca nossa agropecuária em risco, nossas florestas em risco. A gente não sabe o potencial de risco e dano desse material”, adicionou.
Isso seria uma fraude?
Os Estados Unidos, que também têm recebido as sementes, acreditam que, segundo o Departamento de Agricultura americano (USDA), que as encomendas indesejadas seriam relacionadas com uma fraude chamada “brushing”, que seria o envio de mercadorias não requisitadas para registrar compras falsas.
O Brasil concordou com a teoria e acredita que por mais de não ser possível afirmar que as sementes enviadas sejam propositais para atrapalhar a agricultura brasileira, elas proporcionam riscos tanto para a população quanto aos solos do país. Ainda assim para controlar os possíveis problemas o Ministério da Agricultura está trabalhando em conjunto com o da Saúde.
“Como é um material sem controle, ele pode ter sido tratado com produto químico, ou plantas com alguma toxicidade. Pode ter risco de intoxicação da pessoa ou de um animal doméstico. As pessoas não devem manusear o material”, explicou o Secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal.